Capítulo 2
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imagem” em um projeto de pesquisa do Laboratório de Pesquisa Ashigara em 1971. Esse projeto foi
proposto como um desenvolvimento na técnica de radiografia médica para o futuro. O projeto foi
posto em prática em 1975.
A pesquisa do material fotoestimulável que seria utilizado na nova técnica de radiografia
estava condicionada a satisfazer alguns requisitos necessários:
O material fotoestimulável tinha que ser estimulado pelo laser de He-He que era o único
prático existente na época;
O tempo de luminescência tinha de ser menor ou no máximo próximo a 1 μs de modo a ser
feito a varredura sobre o image plate em um período de tempo praticável;
Ter um coeficiente de absorção de raios X maior ou igual que os intensificadores de imagens
da época.
Entre tentativas e erros baseados nos critérios acima, os materiais que apresentavam melhor
resultado foram o BaFX:Eu2+ (X = Cl, Br, I). Até o momento, BaFCl:Eu2+ (cloreto de bário e flúor
dopado com európio) tinha sido utilizado como intensificador de imagem, já que emitia luz com
uma boa eficiência quando excitado por raios X. No mesmo ano de 1975, a Kodak patenteou o
primeiro sistema de fósforo de armazenamento escaneado, dando origem à moderna radiografia
computadorizada. Essas descobertas e a invenção de um sistema de radiografia computadorizada
foram anunciadas pela primeira ver no Congresso Internacional de Radiologia em 1981 e em 1983, o
primeiro sistema que empregava a tecnologia de fósforo de armazenamento foi comercializado pela
Fuji Film Company Ltd.
Devido ao fato da imagem obtida no sistema de radiografia computadorizada ser uma imagem
digital, é de grande praticidade no que diz respeito ao armazenamento, transmissão, processamento
de imagem ou como um sistema de arquivo e comunicação de imagens– PACS.
2.2 - Placa de Imagem (IP – Image Plate)
A radiografia computadorizada (CR) é a técnica radiográfica que utiliza um tipo de detector
bidimensional acumulador de radiação incidente, tela de fósforo fotoestimulável, como uma imagem
latente denominado de image plate (IP). Os image plates são placas flexíveis formadas por suporte
de poliéster, camada de material fosforescente, camada protetora e outros componentes que podem
variar de acordo com o fabricante.
2.3 - Luminescência Fotoestimulável
Alguns materiais como os haletos de flúor bário com európio (BaFBr:Eu ou BaFI:Eu) emitem luz
prontamente, do mesmo modo que um cintilador faz quando submetido à exposição de raios X. No
entanto, eles também emitem luz por algum tempo quando expostos a uma fonte de luz diferente.
Tal processo é chamado de luminescência fotoestimulável.
O európio (Eu) é um ativador responsável pelo armazenamento das propriedades da luminescência
fotoestimulável. O ativador é semelhante ao centro de sensibilidade da emulsão de um filme, porque
sem ele não haveria imagem latente.
O fósforo utilizado em radiografia computadorizada deve ter no mínimo dois centros de
armazenagem de energia proveniente de radiação, um para os elétrons que são liberados quando
interagem com os fótons de raios X e outro que são os centros de armazenamento, chamados
ativadores, que devem ser capazes de capturar os elétrons liberados no processo de excitação ótica
(segundo estímulo).
Quando o fósforo é exposto à radiação ionizante muitas interações Compton e fotoelétrica dos
raios X ocorrem com elétrons das camadas externas, enviando-os para um estado de excitação
definido como estado metaestável.
Com o passar do tempo, esses elétrons metaestáveis retornam ao seu estado fundamental. Quando
esses elétrons retornam ao estado fundamental, uma luz visível é emitida. Entretanto, esse retorno ao
estado fundamental pode ser acelerado ou estimulado expondo o fósforo à luz infravermelha intensa
de um laser – por isso, o termo luminescência fotoestimulável para o fósforo fotoestimulável.