Capítulo 1

14

R

E

G - 
8

41

.8

2

4

 - C
O

PY
R

IG

H

T - B

0

0

1

Nessas condições, obtém-se perlita grosseira que é a estrutura ideal para melhorar a usinabilidade 

dos aços de baixo e médio carbono. Para aços de alto carbono, a perlita grosseira não é vantajosa sob o 
ponto de vista da usinabilidade e neles prefere-se uma estrutura diferente, a esferoidita demonstrada 
na fotomidrográfica da Figura 1.7, obtida pelo coalescimento. Este pode consistir em qualquer uma 
das seguintes operações:

Aquecimento prolongado de aços laminados ou normalizados a uma temperatura logo abaixo 
da linha inferior da zona crítica A1 (fig. 1.3), também conhecido como recozimento subcrítico;
Aquecimento e resfriamento alternados entre temperaturas logo acima e abaixo de A1, ou seja, 
fazer a temperatura de aquecimento oscilar em torno de A1.

Figura 1.7 - Aspecto micrográfico do aço coalescido; esferoidita.

A temperatura para recozimento pleno é de mais ou menos 50 ºC acima do limite superior da 

zona crítica – linha A3 – para os aços hipoeutetóides e acima do limite inferior – linha A1 – para os 
hipereutetóides.

Os constituintes estruturais que resultam do recozimento pleno são: perlita e ferrita para os aços 

hipoeutetóides, cementita e perlita para os aços hipereutetóides e perlita para os aços eutetóides.

1.2.1.3 - Recozimento isotérmico ou cíclico

Consiste no aquecimento do aço nas mesmas condições que para o recozimento total, seguido 

de um resfriamento rápido até uma temperatura dentro da porção superior do diagrama de 
transformação isotérmica, onde o material é mantido durante o tempo necessário a se produzir a 
transformação completa. Em seguida, o resfriamento até a temperatura ambiente pode ser apressado.

Os produtos resultantes desse tratamento térmico são também perlita e ferrita, perlita e cementita 

ou só perlita. A estrutura final, contudo, é mais uniforme que no caso do recozimento pleno. Além 
disso, o ciclo de tratamento pode ser encurtado sensivelmente de modo que o tratamento é muito 
prático para casos em que se queira tirar vantagem do resfriamento rápido desde a temperatura crítica 
até a temperatura de transformação e desta à temperatura ambiente, como em peças relativamente 
pequenas que possam ser aquecidas em banhos de sal ou de chumbo fundido.

Para peças grandes, entretanto, o recozimento isotérmico não é vantajoso sobre o pleno, visto 

que a velocidade de resfriamento no centro de peças de grande secção pode ser tão baixa que torna 
impossível o seu rápido resfriamento à temperatura de transformação.

1.2.1.4 - Recozimento de esferoidização

É um processo de recozimento usado para aços de alto carbono (Carbono>0,6%), que deverão ser 

usinados ou conformados a frio posteriormente. Isto pode ser feito por uma das formas abaixo.

Aquecer a uma temperatura imediatamente abaixo da linha A1, especificamente abaixo de 727 ºC. 

Manter a temperatura por um tempo prolongado e posteriormente resfriar lentamente

Aplicar múltiplos ciclos térmicos entre temperaturas levemente acima e abaixo da linha A1, por 

exemplo, entre 700 e 750 ºC, e em seguida proceder ao resfriamento lento;

Para aços de alta liga e aços ferramenta aquecer entre 750 e 800 ºC e manter por várias horas.