Capítulo 2

12

R

E

G - 
13

1

.2

9

3

 - C
O

PY
R

IG

H

T - B

0

0

1

2.2 - Spin e o Momento Magnético

O átomo de hidrogênio, o mais simples da tabela periódica, possui como núcleo o próton. Os 

prótons são partículas carregadas positivamente e que possuem uma propriedade chamada de spin 
ou momento angular. Como o objetivo é ter uma visão simplificada e introdutória da física relacionada 
a IRM, vamos admitir que o spin represente o movimento de giro do próton em torno de seu próprio 
eixo, da mesma forma que um pequeno pião. Para o próton de hidrogênio, o spin (I) pode ser +1/2 
ou -1/2, o que na nossa analogia clássica pode representar os prótons girando para um lado ou para 
o outro.

Juntamente com o spin o próton de hidrogênio possui outra propriedade chamada de momento 

magnético, que faz com que o mesmo se comporte como um pequeno imã ou um pequeno magneto. 
Esta analogia é válida se visualizarmos o próton como uma pequena esfera carregada (carga positiva) 
e girando em torno de seu próprio eixo (spin). Como para toda partícula carregada em movimento 
acelerado surge um campo magnético associado, o próton de hidrogênio se comporta como um 
pequeno magneto, ou um dipolo magnético. Podemos utilizar um vetor para descrever cada dipolo 
magnético, ou cada próton, como mostra a Figura 2.1.

Figura 2.1 - O próton de hidrogênio pode ser visto como uma pequena esfera (1) que possui um movimento de 
giro (spin) em torno do seu próprio eixo (2). Por ser uma partícula carregada positivamente (3) irá gerar um 
campo magnético próprio ao seu redor (4) se comportando como um pequeno dipolo magnético (4) ou como 
um imã (5) com um momento magnético (μ) associado.

E o que acontece quando um próton de hidrogênio ou um conjunto de prótons de hidrogênio é 

colocado sob ação de um campo magnético externo? Ou seja, o que ocorre com os prótons do corpo 
do paciente quando o mesmo é posicionado dentro do magneto? Para responder a esta pergunta é 
importante entendermos que na temperatura média de 36,5ºC do corpo humano e sob ação do fraco 
campo magnético terrestre de 0,3 Gauss (ou 3x10

-5

 tesla, uma vez que o fator de conversão é de 1T = 

10.000 G) os momentos magnéticos não possuem uma orientação espacial definida, se distribuindo 
de forma randômica. Esta distribuição aleatória faz com que a magnetização resultante de um volume 
de tecido seja igual a zero.

Quando o paciente é posicionado no interior do magneto e fica sob ação de um campo magnético 

de, por exemplo, 1,5 T, os prótons de hidrogênio irão se orientar de acordo com a direção do campo 
aplicado, como se fossem pequenas bússolas, porém, ao contrário das bússolas que apontariam seu 
norte marcado na agulha para

 

o sul Magnético, os prótons de hidrogênio apontam paralelamente ao 

campo e antiparalelamente.