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A imagem por ressonância Magnética (IRM) é, resumidamente, o resultado da interação do forte
campo magnético produzido pelo equipamento com os prótons de hidrogênio do tecido humano,
criando uma condição para que possamos enviar um pulso de radiofrequência e, após, coletar a
radiofrequência modificada, através de uma bobina ou antena receptora. Este sinal codificado
espacialmente por gradientes de campo magnético é coletado, processado e convertido numa
imagem ou informação.
Apesar do fenômeno físico da Ressonância Magnética Nuclear ter sido descrito em 1946 por Block
e Purcell em artigos independentes da Physics Review [1,0], as primeiras imagens do corpo humano
só foram possíveis cerca de trinta anos após, com os trabalhos de diversos cientistas no mundo todo,
mas especialmente de Paul Lauterbur e Sir Peter Mansfield. Este intervalo de tempo demonstra a
complexidade deste método e a necessidade de tecnologias aparentemente tão distintas tais como
os supercondutores e o processamento de sinais serem usados para formar a imagem. Em nenhum
outro método de imagem, os conceitos físicos estão tão atrelados à rotina de realização de exames
e operação do equipamento que em RM. Desta forma, a necessidade de entender os conceitos é
primordial para a execução com qualidade dos exames e o benefício que este trará para o diagnóstico
de importantes patologias.
2.1 - RMN
As propriedades de ressonância magnética tem origem na interação entre um átomo em um campo
magnético externo. De forma mais precisa, é um fenômeno em que partículas, contendo momento
angular e momento magnético, exibem um movimento de precessão quando estão sob ação de um
campo magnético. Os principais átomos que compõem o tecido humano são: hidrogênio, oxigênio,
carbono, fósforo, cálcio, flúor, sódio, potássio e nitrogênio. Estes átomos, exceto o hidrogênio (1H),
possuem no núcleo atômico prótons e nêutrons.
Figura 2.0 - Átomo de hidrogênio. O núcleo é composto somente pelo próton.
Apesar de outros núcleos possuírem propriedades que permitem que sejam utilizados para
imagem por ressonância magnética, o hidrogênio é o escolhido por três motivos básicos:
1 -
É o mais abundante no corpo humano: cerca de 10% do peso corporal se deve ao hidrogênio [0];
2 -
As características de RMN se diferem bastante entre o hidrogênio presente no tecido normal
e no tecido patológico;
3 -
O próton do hidrogênio possui o maior momento magnético e, portanto, a maior
sensibilidade a RMN, como veremos a seguir;
Física da RMN