7
1
R
E
G -
5
4
9
.4
5
5
- C
O
PY
R
IG
H
T - B
0
0
1
Segurança
1.1 - Introdução
EVOLUÇÃO DAS AÇÕES PREVENCIONISTAS
As primeiras manifestações sociais vinculadas à Segurança no Trabalho
Os primeiros registros de aspectos de saúde vinculados a atividades do trabalho são atribuídos a
Hipócrates (460 a 377 AC), que observou a cólica provocada pelo chumbo no trabalho de extração de
metais, e a Plínio (23-79 DC) enciclopedista médico romano, que identificou o envenenamento por
mercúrio nos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras (GRAÇA, 2000).
Paracelso (1493 -1541) descreveu a mala metallorum, doença pulmonar que atingia mineiros da
região de Schneeberg, situada entre a Saxônia e a Boêmia. Em 1556 é publicado o livro De Re Metallica,
de autoria de Georg Bauer (1494 -1555), mais conhecido como Georgius Agrícola. Este livro trata da
extração e fundição de metais preciosos e seu último capítulo trata dos acidentes do trabalho e das
doenças que mais comumente ocorriam entre os mineiros (MENDES, 1995).
Em 1700, surge o livro De morbis artificum diatriba – “As Doenças do Trabalho”.
Por estarem inseridas em um ambiente dinâmico e mutável as organizações podem sofrer perdas
associadas ao seu patrimônio, uma vez que o referido ambiente é permeado de riscos. Assim, faz-
se necessário à identificação antecipada de todos os fatores que geram ameaças ao patrimônio
organizacional, considerando que esta ação permite que sejam adotadas medidas preventivas
visando evitar a ocorrência das possíveis perdas.
Em termos de evolução, porém, observa-se que parte das ações relativas à prevenção de perdas
foi desenvolvida em virtude da grande incidência de infortúnios do trabalho, pois a gravidade e a
frequência das lesões nos trabalhadores, os danos às máquinas e equipamentos, às instalações e ao
processo produtivo, demandaram uma série de esforços que, de início, tinham como objetivo prevenir
e controlar tais eventos.
Na verdade, o que se buscava era manter as empresas dentro de um conceito de segurança, o
qual estava relacionado exclusivamente à prevenção e à eliminação dos riscos que poderiam afetar
os trabalhadores. Do mesmo modo, todos os estudos e pesquisas realizados giravam em torno das
lesões que poderiam ser produzidas através dos acidentes de trabalho. Uma empresa segura, então,
seria aquela onde ocorresse o menor número de acidentes e estes eram enfocados segundo o custo
que produziam, sem haver a ponderação das diversas perdas patrimoniais que estavam associadas à
ocorrência desses acidentes.
1.2 - Segurança do trabalho
Que o Brasil é um dos países do mundo onde mais ocorrem acidentes do trabalho, ninguém
contesta. Até mesmo os empregadores, responsáveis pela manutenção de um meio ambiente de
trabalho seguro e salubre, reconhecem essa realidade, causa da colocação do nosso país nos anais
mundiais como recordista em infortúnios do trabalho.
O resultado disso tudo é o grande prejuízo que sofrem os empregados que são mutilados, morrem
ou simplesmente ficam inválidos. Mas também a economia do país, e, sobretudo a Previdência Social,
que finalmente paga os auxílios-doença, pecúlios, aposentadorias e pensões.
E a situação é difícil porque necessita, para solução adequada do problema, de uma campanha séria
a nível nacional e de desembolso de dinheiro pelos empregadores para adequarem o meio ambiente
do trabalho dentro de níveis razoáveis ao menos, o que custa caro, ainda mais quando a solução não
se resolve pelo simples fornecimento dos chamados Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s).
Num ambiente de trabalho barulhento, por exemplo, o simples fornecimento do EPI não resolve,
pois apenas diminui o impacto do ruído no ouvido do trabalhador, que com o tempo e pela exposição
aos chamados microtraumatismos ficam surdos da mesma forma.