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Sistemas de Informação
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Modelo sincrônico
Mas o que será que o futuro nos reserva? Para isso, é importante fazer um breve diagnóstico do
meio empresarial. Eduardo Atihe, da Accenture, comenta uma pesquisa realizada durante três anos em
onze países, envolvendo três mil companhias e coordenada por Donald Bowersox, Ph.D. e professor
emérito da Broad Graduate School of Management, da Michigan State University (EUA), considerado
um dos “papas” da logística mundial.
Bowersox acredita que cerca de 85% das organizações em todo o mundo ainda trabalham de
acordo com o fluxo ditado por Henry Ford. “Este é o chamado fluxo empurrado, pois a meta do
planejamento de vendas é empurrar para o mercado aquilo que vem da produção.”
Mais recentemente, os japoneses introduziram o conceito de just in time, que inverte o fluxo, ou
seja, à medida que um item é vendido, essa demanda puxa a produção. O resultado é a concentração
do volume do estoque e um posicionamento mais de acordo com o que de fato poderá ser absorvido
pelo mercado. “O grande problema é que, normalmente, ele é um fluxo em cadeia para trás e, a
partir do momento que temos sistemas mais complexos, os lead times começam a ficar muito curtos,
reduzindo a possibilidade de nivelar a produção ou mesmo a rede de distribuição e transporte. Ainda
assim, ele é uma evolução muito bem-vinda e aproximadamente 10% das empresas estão trabalhando
seguindo esse conceito”, avalia Atihe.
Chegamos então ao estado-da-arte da cadeia logística, que é o chamado fluxo sincrônico. Ele
determina que a coordenação de todas as partes da cadeia de suprimentos seja feita por uma grande
entidade inteligente. “Cada vez que um dos componentes faz uma transação, ele fica sabendo
imediatamente o que aconteceu. Esse sistema inteligente tem a informação sobre o custo de cada
etapa e sabe quanto tempo leva para que os vários elos da cadeia reajam a esse novo pedido. Qualquer
sinal diferente do plano preestabelecido é imediatamente capturado e interpretado, gerando uma
ação específica para atendê-lo”, explica Atihe.
A má notícia é que, hoje, pouquíssimas empresas em todo o mundo estão estruturadas dessa
forma. “Ainda leva tempo para que o meio empresarial perceba que, no futuro, a competição não
será entre produtos, entre preços e mercados, mas sim entre cadeias organizadas. Porque se uma
organização consegue coordenar sua cadeia com tal eficiência, sua vantagem competitiva será
imbatível. A habilidade em montar bem o seu supply chain é que passará a ser o diferencial, porque
é muito fácil copiar um processo tecnológico, mas é muito mais difícil copiar uma estrutura tão bem
organizada.”
No entanto, alguns podem pensar que esse modelo sincrônico está a anos-luz da nossa realidade.
Ledo engano. Atihe destaca que já existem softwares disponíveis para ajudar a montar esse processo,
basta saber usá-los. “A tecnologia está aí, a questão é a montagem do jogo, a armação estratégica do
negócio.”
Ele acrescenta, lembrando que, no Brasil, temos alguns sinais nessa direção, como o movimento do
ECR (Efficient Consumer Response). “Essa iniciativa já coloca, por exemplo, as lojas de supermercado,
os seus centros de distribuição e os produtores trabalhando dentro da mesma mentalidade. Mas
ainda não é o ideal. Embora no B2B as empresas estejam criando meios para fazer algo que até então
não foi feito, a chave de tudo é a forma como é armado o jogo e como garantir que todas as peças
atuem em sincronia”, conclui.