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Introdução
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como sendo um processo
sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um
organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de forma que o tempo o torne com
menor capacidade de fazer frente ao estresse do meio ambiente. (OPAS, 2003)
O Brasil vem passando atualmente por uma grande mudança no seu perfil demográfico com um
incremento intensivo do número tanto absoluto como relativo de idosos. Este quadro se deve a uma
crescente queda de fecundidade, ocorrida concomitantemente com o aumento da expectativa de
vida (VERAS, 1994).
Nos últimos 50 anos, o número de pessoas com idade acima de 65 anos, especialmente nos países
desenvolvidos, tem aumentado consideravelmente. Nos Estados Unidos, em cada 10 cidadãos 1 tem
idade acima de 65 anos e projeta-se que no final deste século, 14% da população dos Estados Unidos
estará com idade acima de 65 anos.
O Brasil, à semelhança dos demais países latino-americanos, está passando também por um
processo de envelhecimento populacional rápido e intenso. Em 1980, o país ocupava o 10° lugar, com
base em sua população acima de 60 anos; no ano 2025 essas pessoas passarão a representar 14% da
população total brasileira, devendo o Brasil ocupar o 6° lugar na esfera mundial, com uma estimativa
de 31,8 milhões de idosos. Mantendo-se a tendência demográfica atual, em números absolutos, o
Brasil terá uma das maiores populações de idosos do mundo.
O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, na atualidade, faz parte da realidade
da maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo. Tanto isso é verdade que estima-se
para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões de pessoas com 60 anos para mais, a maioria
delas vivendo em países em desenvolvimento. No Brasil, es.tima-se que existam, atualmente, cerca
de 17,6 milhões de idosos. O retrato e o crescimento da população idosa brasileira em um período de
50 anos. (BRASIL, 2006)
A população idosa forma uma faixa etária mais sujeita a problemas de saúde, com isso pode-se
esperar um aumento intenso de enfermidades crônicas todas elas com baixa letalidade e alto grau
de incapacitação produzindo, assim, onerosos gastos numa área já tão carente de recursos (VERAS,
1994).
Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais a exceção do que a regra. Estudos brasileiros
têm demonstrado que, entre os idosos, a grande maioria (mais de 85%) apresenta pelo menos uma
enfermidade crônica e, cerca de 15%, pelo menos 5. No entanto, ao serem perguntados sobre a sua
saúde, a metade considerou regular, 36% boa ou ótima e somente 13% má ou péssima.
Diante destes fatos fica claro a necessidade de uma maior atenção a esta população em franca
expansão, e desassistida. É de elevada urgência que se iniciem programas que voltem sua atenção a
estes idosos, que tem diversas vezes suas necessidades e problemas pouco conhecidos tanto pelo
público em geral quanto pelos profissionais de saúde.
Na formação dos profissionais de enfermagem deve-se investir amplamente no preparo para
a assistência aos idosos, já que são geralmente portadores de diversos distúrbios psico-sócio-
econômicos, constituindo-se clientes mais complexos, que exigem da enfermagem mais tempo para
a prestação dos cuidados. Os idosos costumam ser portadores de múltiplas enfermidades, tendo uma
média de aproximadamente 3,7 diagnósticos por idoso. (MONTEIRO, 1989)
A equipe de enfermagem deve zelar para que o idoso consiga aumentar os hábitos saudáveis,
diminuir e compensar as limitações inerentes da idade, confortar-se com a angústia e debilidade da
velhice, incluindo o processo de morte.
Deve ainda atuar estimulando o autocuidado, atuando na prevenção e não-complicação das
doenças inevitáveis, individualizando o cuidado a partir do princípio de que cada idoso vai apresentar
um grau diferente de dependência, diferindo assim a maneira da assistência.