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Saneamento Ambiental
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1.2 - Histórico do Saneamento Ambiental
A importância do saneamento e sua associação à saúde humana remontam às mais antigas
culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas civilizações, ora
retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento de outras.
Os poucos meios de comunicação do passado podem ser responsabilizados, em grande parte,
pela descontinuidade da evolução dos processos de saneamento e retrocessos havidos.
Conquistas alcançadas em épocas remotas ficaram esquecidas durante séculos porque não
chegaram a fazer parte do saber do povo em geral, uma vez que seu conhecimento era privilégio de
poucos homens de maior cultura.
Por exemplo, foram encontradas ruínas de uma civilização na Índia que se desenvolveu a cerca de
4.000 anos, onde foram encontrados banheiros, esgotos na construção e drenagem nas ruas (ROSEU,
1994).
O velho testamento apresenta diversas abordagens vinculadas às práticas sanitárias do povo
judeu como, por exemplo, o uso da água para limpeza: “roupas sujas podem levar a doenças como a
escabiose”. Desta forma os poços para abastecimento eram mantidos tampados, limpos e longe de
possíveis fontes de poluição (KOTTEK, 1995).
Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, recomendando que “a água
impura deve ser purificada pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol, mergulhando um
ferro em brasa dentro dela ou pode ainda ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então
resfriada” (USEPA, 1990).
No desenvolvimento da civilização greco-romana, são inúmeras as referências.
Às práticas sanitárias e higiênicas vigentes e à construção do conhecimento relativo a associação
entre esses cuidados e o controle das doenças.
Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na Antigüidade podemos citar a construção de
aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo como símbolo histórico a conhecida
Cloaca Máxima de Roma.
Entretanto, a falta de difusão dos conhecimentos de saneamento levou os povos a um retrocesso,
originando o pouco uso da água durante a Idade Média, quando o per capita de certas cidades
européias chegou a um litro por habitante/dia. Nessa época, houve uma queda nas conquistas
sanitárias e conseqüentemente sucessivas epidemias. Quadro característico desse período é o
lançamento de dejeções na rua. Cumpre assinalar, todavia, nessa ocasião, a construção de aquedutos
pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a construção de aqueduto de Londres com
o emprego de alvenaria e chumbo e, em 1183, o abastecimento inicial de água em Paris.
Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios de comunicação existentes, verifica-se
a falta de divulgação desses conhecimentos. Em áreas rurais a população consome recursos para
construir suas casas sem incluir as facilidades sanitárias indispensáveis, como poço protegido, fossa
séptica, etc.
Assim sendo o processo saúde versus doença não deve ser entendido como uma questão
puramente individual e sim como um problema coletivo.
1.2.1 - Evidências Históricas do Saneamento Ambiental no Mundo
O Saneamento, sendo no seu aspecto físico uma luta do homem em relação ao ambiente,
existe desde o início da humanidade, ora desenvolvendo-se de acordo com a evolução das diversas
civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas e renascendo com o aparecimento de outras
(ROSEN, 1994).
O reconhecimento da importância do saneamento e de sua associação com a saúde do homem
remonta às mais antigas culturas. Ruínas de uma grande civilização que se desenvolveu ao norte da
Índia há cerca de 4000 anos atrás, indicam evidências de hábitos sanitários, incluindo a presença de
banheiros e de esgotos nas construções, além de drenagem nas ruas (HELLER, 1997).
É igualmente de grande significado histórico a visão de saneamento de outros povos, como o
registro da preocupação com o escoamento da água no Egito, os grandes aquedutos e os cuidados
com o destino dos dejetos na cultura creto-micênica e as noções de engenharia sanitária dos Quíchuas
(povo indígena que habitava extensa região da América do Sul) (ROSEN, apud Heller, 1997).