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Princípios Físicos da Radioterapia

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1.6 - Dosimetria

Para o uso da Radioterapia é imprescindível o conhecimento do feixe de radiação. A dosimetria 

é o processo pelo qual se podem conhecer algumas das características do feixe que possibilitam o 
seu uso adequado. Para que a dosimetria tenha resultados corretos, o medidor de radiação deve ser 
compatível com o feixe a ser medido e a finalidade dessas medidas. Portanto, o primeiro passo é 
conhecer o detector a ser usado. Alguns detectores são mais comuns em Radioterapia. Outros são 
usados esporadicamente e nem todas as instituições os possuem.

A dosimetria mais comum é feita com câmara de ionização. Com ela é possível determinar a 

energia efetiva do feixe de radiação, a distribuição de dose ao longo do eixo do feixe e transversal 
a ele, a quantidade de radiação emitida pela máquina por unidade monitora, entre muitos outros 
parâmetros importantes para o tratamento.

Figura 1.7 - Câmara de ionização tipo dedal

A figura acima mostra um corte da câmara de ionização mais usada no Brasil. A radiação provoca 

ionizações no ar entre o eletrodo central e a capa externa da câmara. As cargas elétricas geradas são 
coletadas e a carga elétrica total é medida por  um  eletrômetro  acoplado  à  câmara.  Essa  quantidade  
de  ionizações  será proporcional à radiação incidente na câmara, que por sua vez será proporcional à 
radiação emitida pela máquina.

Como  a  quantidade  de  ionizações  gerada  no  interior  da  câmara  depende  da quantidade 

de ar dentro dela, a carga medida dependerá da temperatura e da pressão  do  ar,  pois  o  aumento  
da  pressão  e  ou  diminuição  da  temperatura aumentam a quantidade de ar dentro da câmara, 
consequentemente, para a mesma quantidade de radiação haverá mais cargas coletadas. A correção 
da leitura do eletrômetro é feita pelo “fator de temperatura e pressão”.

A  câmara de ionização deve  ser  calibrada  pelo menos a  cada  dois  anos para garantir a fidelidade 

das medidas.

Para fontes de braquiterapia, a câmara de ionização tem outro formato, parecido com um poço. 

São as chamadas câmaras poço. A fonte radioativa entra na câmara, parando em diversas posições, 
permitindo uma avaliação da atividade da fonte, bem como de seu correto posicionamento dentro 
do aplicador.

Figura 1.8 - Câmara de ionização tipo poço