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Introdução

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Apesar da engenhosidade da abordagem de Patterson, a idade obtida para os materiais terrestres 

corresponde à idade de formação do núcleo, manto e crosta, i.e.

É uma idade mínima para a Terra (Ozima 1989). De fato, a datação da idade de formação da Terra 

não pode ser obtida a partir de nenhum material terrestre, já que a Terra sofreu diferenciação após a 
sua formação.

 Assim, os resultados obtidos a partir de materiais terrestres podem ser considerados apenas como 

idade mínima para a origem do planeta, muito embora sejam de extrema importância para entender 
sua evolução através dos tempos. A idade da Terra de fato só pode ser obtida através de métodos 
indiretos, como o da datação dos meteoritos. 

1.2.1 - A escalada do tempo – a vastidão do tempo geológico

O que pensaria uma borboleta que possui uma vida de apenas um dia sobre uma sequóia que 

perdura por milhares de anos? Provavelmente acreditaria que a sequóia esteve sempre ali, imutável, 
estática e sem vida. Já outro observador, de vida mais longa, poderia acompanhar diversas etapas da 
vida da sequóia, ver seu nascimento e seu crescimento, apenas porque vive em uma escala de tempo 
mais compatível com as taxas dos processos vitais dessa árvore. Nós humanos estamos para a Terra 
assim como a borboleta está para a sequóia. Ou seja, de modo geral não somos capazes de abstrair 
o significado da escala de tempo dos processos geológicos. O intervalo de tempo que compreende 
toda a história da Terra, desde sua formação até o período atual, é o que denominamos de Tempo 
Geológico. Ou seja, o Tempo Geológico corresponde aos 4,6 bilhões de anos da Terra.

Será que você é capaz de imaginar o que significa todo esse intervalo de tempo? Provavelmente 

não. Para melhor compreender essa escala de tempo nos podemos fazer uma pequena simulação:

“Imagine que os 4,5 bilhões de anos da Terra foram comprimidos em um só ano (entre parênteses 

colocamos a idade real de cada evento). Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas que se conhece 
(~3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (~3,4 bilhões de anos) 
apareceram nos mares em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (a 
menos de 400 milhões de anos). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares nos meados 
de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos a mesma 
época em que as montanhas rochosas começaram a se elevar. Os humanóides apareceram em algum 
momento da noite de 31 de dezembro (a aproximadamente 11 milhões de anos). Roma governou o 
mundo durante 5 segundos, das 23h:59m:45s até 23h:59:50s. Colombo descobriu a América (1492) 
3 segundos antes da meia noite, e a geologia nasceu com as escritos de James Hutton (1795), Pai da 
Geologia Moderna, há pouco mais que 1 segundo antes do final desse movimentado ano dos anos.” 
(extraído de Eicher, 1968)

O tempo geológico está dividido em intervalos que possuem um significado em termos de 

evolução da Terra. A escala do tempo geológico, cujo esqueleto rudimentar foi estabelecido ainda no 
século XIX , está dividida em graus hierárquicos cada vez menores da seguinte forma:

Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico);
Eras (apenas no Éon Fanerozóico: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica);
Períodos (para cada uma das eras do Fanerozóico);
Épocas (subdivisões existentes apenas para os períodos do Cenozóico).

Figura 1.1 

Figura 1.2