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Introdução 

1.1 - A Terra Planeta “Vivo”

história da Terra é muito longa. Uma história que se desenrola há cerca de 4.600 milhões de 

anos e que o homem vem a escrever há cerca de 5 mil anos. Na Geologia os caminhos da história 
raramente são direitos.

É próprio de uma falsa ciência nunca descobrir o que é falso, nunca reconhecer a necessidade de 

renunciar seja ao que for nunca mudar de linguagem. Não esquecendo que a história da verdade, e 
só da verdade, é uma noção contraditória. Aquilo que hoje é impossível amanhã é do censo comum.

Foi opinião geral que a Terra teve sempre o mesmo aspecto desde a sua origem. As montanhas, 

os vales, as planícies, os rios e os mares que nos rodeiam não sofrem alterações visíveis durante a 
nossa existência. Desde sempre que o homem observa e usa a Natureza e faz especulações sobre 
ela. Observou em muitas rochas a presença de impressões (fósseis) com a forma de conchas, ossos de 
animais e folhas de plantas. Ao longo de muitos séculos aquelas impressões excitaram a curiosidade 
e estimularam a imaginação, tendo originado inúmeras explicações. Assim foram consideradas como 
criações de espíritos maus ou bons sendo designadas como “cobras de pedra”, “pedras de trovão”, 
“pedras mágicas” e “pedras de sapo”, ou como resultado da ação das radiações do Sol ou das estrelas; 
outros preferiram olhá-las como facécias do reino mineral imitando formas de plantas e de animais 
existentes na natureza; outros, ainda, consideraram-nas restos das primeiras tentativas do Criador, 
que teria rejeitado os esforços primitivos quando, com o aperfeiçoamento da prática, adquiriu 
proficiência suficiente para criar as formas de vida atuais.

Pitágoras (580-500 a.C.) teve a verdadeira intuição acerca da natureza das referidas impressões 

(fósseis). Contudo, ainda no século XVII, Plot admitia que as marcas (impressões - fósseis) observadas 
nas rochas seriam o resultado de propriedade inerente à Terra a qual originaria as marcas como 
ornamento das regiões ocultas do Globo, da mesma maneira que as flores são o ornamento da 
superfície. Mesmo no século XIX, um decreto teológico de Oxford afirmava que o Diabo tinha 
colocado aquelas impressões (fósseis) nas rochas para enganar e embaraçar a humanidade.

Foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que realizou estudos importantes nos domínios da Geometria, 

Biologia, Geologia, Astronomia e Anatomia, quem esclareceu o problema das impressões (fósseis). 
O método utilizado por Leonardo da Vinci nas suas observações e deduções foi de importância 
fundamental para o estudo da história da Terra, tendo, deste modo, resolvido o problema do 
significado dos fósseis. Pese este fato as discordâncias, as rivalidades e as idéias dominantes da 
sociedade
, em cada época, dentro da comunidade científica sempre foram obstáculo ao avanço da 
ciência. Veja-se Plot, século XVII, e o decreto teológico de Oxford, século XIX.

Nicolau Steno (1638-1686) foi um dos primeiros investigadores a redescobrir a verdadeira 

natureza dos fósseis.

Figura 1.0