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A Psicologia e a Prevenção 

de Acidentes

Raramente abrimos um jornal sem que não tomemos conhecimento de algum acidente, seja numa 

fábrica, no tráfego, numa ponte que está sendo construída, ou noutro lugar qualquer. Interessante 
seria se pudéssemos entrevistar as pessoas que causaram tais acidentes e pesquisar sobre suas vidas 
no período de 24 a 48 horas antes dos mesmos. Infelizmente, porém, grande número destes acidentes 
são fatais e não temos chances de obter tais informações. Sabemos, porém, que situações de stress 
(tensão) geralmente precedem os acidentes. 

Certas situações de stress escapam ao controle dos donos ou dirigentes das empresas para as 

quais o empregado trabalha. É o caso de discussões em casa com o marido ou a mulher, situações 
de separação, doença dos filhos, etc... Há alguns tipos de stress que podem ser evitados. Estudos 
mostram, por exemplo, que a sobrecarga de serviço e o número excessivo de horas de trabalho de 
um indivíduo o tornam propenso ao acidente do trabalho por levá-lo ao stress fisiológico ou psíquico. 
(FRIEDMAN, ROSENMAN, & CARROL, 1975) (HINKLE & PLUMMER, 1952). 

A psicologia aplicada ao trabalho vem ao encontro destas situações que podem ser previstas e 

controladas pela organização. 

Examinemos uma estória verídica que se deu em Londres: (Mac Lean, D, 1977). 

Enquanto guiava um trem de passageiros, José o maquinista, estava pensando numa reprimenda 

que havia recebido por não estar obedecendo fielmente aos seus horários. 

Ele estava tão preocupado com isto (pois ele sentia que a crítica havia sido injusta), que não se 

lembrou da existência de um sinal de limite de velocidade numa curva da linha. Ele virou esta curva 
muito depressa e o trem descarrilou. 

Foi o primeiro acidente de José. As perdas de vidas foram muitas e inúmeros passageiros ficaram feridos. 

No inquérito ele reconheceu com uma coragem considerável que a sua falta de concentração 

havia sido a causa do acidente.” 

Acidentes representam um problema extremamente importante na medida em que resultam em 

perdas significativas, tanto de vidas humanas como de custos econômicos. 

Sabemos que existem dois determinantes para o acidente do trabalho: as condições inseguras 

e o ato inseguro. As condições inseguras podem ser eliminadas através de uma conscientização do 
empresário e aprimoramento dos mecanismos materiais de segurança na fábrica. 

O ato inseguro, porém, é algo mais complexo e que merece nossa atenção. Podemos apontar três 

razões fundamentais para os comportamentos inadequados no trabalho: 

1 - 

O homem NÃO PODE comportar-se de maneira diferente; 

2 - 

O homem NÃO SABE comportar-se de outro modo; 

3 - 

O homem NÃO QUER comportar-se de outra maneira. 

Podemos diminuir consideravelmente o primeiro grupo, através de uma seleção de pessoal, onde 

fatores como aptidões, personalidade e história anterior do indivíduo são analisados com a finalidade 
de colocá-lo na função mais adequada. 

O segundo grupo chegará bem próximo à extinção com um programa de treinamento com base 

na formação do pessoal. Contamos assim com recursos, tais como, campanhas de segurança, técnicas 
de dinâmica de grupo, cartazes enfocando a prevenção de acidentes, simulação de emergência, etc. 

O terceiro grupo, porém apresenta maior resistência ao desaparecimento: o homem comporta-

se de maneira insegura e não quer comportar-se de outra maneira. A este grupo, a transmissão de 
conhecimentos se torna insuficiente e necessário se faz uma profunda mudança de atitudes. 

Partamos do princípio de que todo comportamento pressupõe uma causa. Queremos então saber 

porque os homens do grupo acima se comportam dessa maneira. Qualquer condição ou evento, que 
tenha algum efeito demonstrável sobre o comportamento, deve ser considerado. Descobrindo e 
analisando estas causas poderemos prever o comportamento inseguro e, portanto controlá-lo.