13
A Psicologia e a Prevenção de Acidentes
R
E
G -
5
4
9
.3
8
8
- C
O
PY
R
IG
H
T - B
0
0
1
1.5 - Reforços Positivo e Negativo
O elogio do chefe não é, obviamente, o único tipo de estímulo reformador que pode ser usado
para condicionar uma resposta operante tal como colocar o palito no botão que protege a mão do
trabalhador. Na verdade, é apenas um dos membros de uma família dos reforçadores: os reforçadores
positivos. Estes estímulos, quando apresentados, fortalecem o comportamento que os precede.
Assim como há reforços positivos, há reforços negativos, que podem ser usados para condicionar
o comportamento operante. Alguns estímulos fortalecem a resposta quando são removidos. Isto
acontece, pôr exemplo, quando um operário tira o sapato porque esta com pedrinhas dentro; trabalha
assiduamente para evitar o desconto mensal; usa o protetor auricular para eliminar o ruído demasiado
forte - em todos estes casos, o que o reforça é ficar livre da estimulação. Pode-se então, dizer que
o estímulo reformador negativo fortalece a resposta que o remove. Mas é também o estímulo que
enfraquece a resposta que o produz. Suponhamos que João tivesse recebido uma reprimenda do
chefe e ameaça de ser despedido caso colocasse novamente o palito no botão. O comportamento
obviamente se enfraqueceria. De um modo geral foi constatado, com seres inferiores, que choques
fortes, luzes intensas, sons agudos, etc, suprimem todo comportamento que os produz. A supressão
poderá não durar muito, especialmente se o organismo for deixado na mesma situação depois de ter
sido interrompido o reforço negativo.
A maneira, porém, de eliminar comportamentos condicionados e faze-lo através da extinção -
suspensão do reforçamento. Se o reforço for retirado, a resposta voltará, eventualmente, a sua
frequência original. Algumas vezes a extinção é rápida, outras, bem vagarosa. Terá um operário de
sempre ter medo de falar quando está na presença do chefe? Provavelmente não.
1.6 - A Punição
Um recurso comumente usado para apressar a extinção de um operante fortemente condicionado
é a punição. A punição difere do reforçamento negativo. Na punição, a apresentação de um estímulo
aversivo faz com que a resposta diminua de frequência, enquanto que no reforçamento negativo, o
desempenho aumenta de frequência quando o estimulo é removido.
Assim, ainda com relação ao exemplo mencionado, João recebe uma punição: é suspenso pôr 2
dias e passa a ser constantemente vigiado pelo chefe imediato.
Não resta duvida de que muitos comportamentos no mundo foram eliminados através da punição.
A prática, porém, deste procedimento é desaconselhada pôr varias razões.
Em primeiro lugar, porque o comportamento volta à frequência inicial na ausência do agente
punitivo. O indivíduo passa a emitir o comportamento para evitar o estímulo aversivo e não para
atender às suas necessidades ou às de seu grupo.
Em segundo lugar, o indivíduo associa o estímulo punitivo a outros estímulos que acontecem
simultaneamente. Assim, a máquina se torna aversiva a João, como talvez o companheiro que estava ao
seu lado na hora da punição, e também a figura do chefe. O lugar, pôr exemplo, pode vir a provocar medo,
e o medo põe fim a outras coisas - pôr exemplo, trabalhar na máquina com a mesma eficiência anterior.
O que acabou de ser relatado nos mostra que o comportamento, embora complexo, possui certas
bases ou leis que o determinam.
O papel do psicólogo esta em encontrar, no universo, uma ordem, uma relação entre os
fenômenos comportamentais. Feito isto, é possível se organizarem os fatores que determinam um
certo desempenho. Uma vez de posse desta organização é possível se traçar uma previsão do que irá
ocorrer quando as condições estudadas se manifestarem.
O psicólogo, assim, pode prever a ocorrência de um determinado comportamento. E uma
vez nesta condição, utilizar-se dos princípios e leis gerais para efetuar o controle do mencionado
comportamento.
Tabela 1.0
Figura 1.0