Capítulo 1
12
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alta ou silenciosamente, quando se disca um numero de telefone e ninguém atende, não é fácil ver
exatamente como o ambiente foi alterado pelo que se fez. Só quando se observa a história destes
comportamentos é que se descobre que, neste ou naquele momento, alguma forma da resposta em
questão realmente fez com que as coisas acontecessem.
A diferença entre comportamento operante e Respondente está em que os respondentes são
evocados automaticamente pelos seus próprios estímulos especiais. Luz nos olhos faz a pupila
contrair-se, comida na boca produz salivação, e assim pôr diante. No caso dos operantes, entretanto,
não há, no início, nenhum estímulo específico. Não sabemos quais os estímulos específicos que fazem
com que o trabalhador de uma industria faça este ou aquele determinado movimento com o braço, o
pé, a perna ou a mão. É pôr esta razão que se fala que o comportamento operante é emitido (“posto
fora”) ao invés de eliciado (“tirado de”).
1.4.1 - Condicionamento Respondente
Um dia, Chico ligou calmamente a máquina em que trabalhava há alguns anos, no meio do
trabalho, fez um movimento em falso e a máquina prendeu sua mão, causando forte dor. Deste dia
em diante, Chico começava a suar quando apenas ouvia o barulho da máquina.
Este é um exemplo de aprendizagem que ilustra o “reflexo condicionado”. Este principio poderá
ser enunciado como se segue: se um estímulo neutro (barulho da máquina antes de Chico machucar-
se) for pareado um certo número de vezes a um estímulo elicíador (a dor do machucado), aquele
estímulo previamente neutro irá evocar a mesma espécie de resposta.
No exemplo citado, este condicionamento ocorreu muito rapidamente; só um pareamento ocorreu.
Isto não teria acontecido se certos fatores temporais não tivessem sido observados. Pôr exemplo, se o
estímulo eliciador (dor do machucado) tivesse vindo minutos depois, ao invés de segundos, ou depois
de a máquina haver sido desligada, o condicionamento poderia ter sido lento ou não haver ocorrido.
1.4.2 - Condicionamento Operante
Comecemos a apresentar este principio com um exemplo: João está lidando com uma pesada
máquina de cortar, que, para funcionar, possui um botão de proteção. João tem de apertar o botão
com uma das mãos e receber o produto cortado com a outra. A finalidade do botão mencionado é
proteger a mão do trabalhador para que, num ato de distração, ele não a coloque na máquina.
Um dia, João colocou um palito que mantinha o botão abaixado e verificou que, em vez de
produzir 100 quebra-cabeças numa tarde, conseguiu apresentar 150 a seu chefe, que o elogiou muito.
Deste dia em diante era vez mais frequente observar João trabalhando com o palito no botão e a mão
desprotegida.
Este caso ilustra um poderoso princípio do comportamento, o qual Thorndike denominou LEI do
EFEITO.
Em essência, esta lei enuncia que “um ato pode ser alterado na sua força pelas suas consequências”.
O ato, no nosso exemplo, foi o de colocar o palito no botão de segurança; o reforçamento deste ato foi
observado no aumento da frequência de seu aparecimento e a consequência do ato foi o aumento na
produção e a aprovação do chefe.
Falamos, então, na aprendizagem pôr efeito” como condicionamento instrumental ou operante e
frequentemente, medimos a sua força em termos da frequência com que ocorre no tempo, quando o
organismo é livre para responder à vontade.
Este condicionamento operante pode ser representado da seguinte maneira: R e S; onde R é
a resposta (colocar o palito); significa “leva a”, S é o estimulo reformador, o elogio do chefe pelo
aumento na produção.