Capítulo 1

14

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0

0

1

Membranas

As proteínas podem, por exemplo, ser parte integrante da estrutura de membranas. Se estas 

proteínas agirem como receptores de substâncias estranhas (por exemplo, de praguicidas organo-
clorados), a estrutura das membranas correspondentes pode se alterar de tal modo que aumenta a 
permeabilidade frente a íons Na+ ou K+. Com isto, ocorre alteração da concentração iônica na célula 
(e na parte interna do plasmalema) e, ao mesmo tempo, da densidade de carga. Este processo é 
designado como ‘iniciação do potencial de ação’. Se estes processos ocorrerem em células nervosas, 
fica alterada a condução nervosa normal dos estímulos. Em outras células do organismo, uma 
alteração da densidade de carga das membranas tem por conseqüência no mínimo uma perturbação 
da troca material e da pressão osmótica.

Proteínas de transporte

Muitas proteínas participam de processos de transporte, por exemplo as proteínas de transporte (‘carrier’) 

nas membranas celulares ou também do plasma sanguíneo, como o componente protéico da hemoglobina.

O íon ferro da hemoglobina (neste caso, o agente de transporte não é o componente protéico) pode 

combinar-se com monóxido de carbono (CO) ou íons nitrito (NO) em lugar de oxigênio. Com isto é bloqueado 
o transporte de oxigênio no sangue, surgindo, em conseqüência, diversos sintomas de falta de oxigênio.

Enzimas

Freqüentemente as substâncias estranhas ou tóxicas se combinam com enzimas. Lembramos 

como exemplo os metais pesados. Nesta interação com enzimas podem ser observadas diferentes 
possibilidades de combinação.

1 - 

Se as substâncias estranhas mostrarem um comportamento semelhante ao do substrato 

correspondente à enzima em questão, então esta substância se combina com a enzima, 
competindo com o substrato. Neste caso, o substrato é progressivamente afastado de seu 
ponto de reação na enzima, por ação da concentração crescente do tóxico. Por outro lado, 
a ação do tóxico pode ser neutralizada simplesmente por um aumento da concentração do 
substrato natural da enzima.

2 - 

Contudo, é mais comum a substância estranha ou tóxica combinar-se com outro ponto da 

enzima, distinto do ponto em que reage o substrato. Mesmo assim fica prejudicada a atividade 
da enzima. Neste tipo (mais comum) de ligação do tóxico à enzima, basta freqüentemente 
uma concentração muito reduzida do tóxico para bloquear a rota metabólica normal, ou seja, 
para provocar uma intoxicação no organismo. Neste segundo tipo de ligação à enzima, não é 
possível anular a atividade do tóxico por aumento da concentração do substrato.

Pressão osmótica: é a pressão que deve ser aplicada à solução para impedir a passagem do 

solvente através da membrana semipermeável. 

Tal processo será tratado no capítulo ‘poluição atmosférica.

1.4.3 - Atividade e concentração de substâncias tóxicas

A atividade de uma substância tóxica depende sempre de sua concentração no organismo, 

qualquer que seja a maneira de ligação que ocorre. Uma determinada quantidade de uma substância 
tóxica atua, por exemplo, numa pessoa de 45 kg de peso com o dobro da intensidade observada 
numa pessoa de 90 kg de peso. Por este motivo, as doses máximas permissíveis de uma substância 
tóxica não são indicadas como quantidade absoluta, mas sempre em relação ao peso do indivíduo (g 
de substância/kg peso da pessoa).