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Introdução ao Planejamento Urbano

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9

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1

Tabela 1.0 - População Urbana, Rural E Total Do Brasil. (Fonte: IBGE.)

ANO

POPULAÇÃO URBANA

POPULAÇÃO RURAL

POPULAÇÃO

Nº hab.

%

Nº hab.

%

TOTAL

1940

12.280.182

31,2

28.356.133

68,8

41.236.315

1950

18.782.891

36,2

33.161.506

63,8

51. 944.397

1960

31.303.034

44,7

38.767.423

55,3

70.070.457

1970

52.084.984

55,9

41.054.053

44,1

93.139.037

1980

80.936.409

67,7

38.566.297

32,3

119.502.706

1991

110.875.826

75,5

36.041.633

24,5

146.917.459

1996

123.082.167

78,4

33.997.406

21,6

157.079.573

2000

138.000.000

81,2

32.000.000

18,8

170.000.000

O aumento da população e a conseqüente ampliação das cidades deveriam ser sempre 

acompanhados do crescimento de toda a infra-estrutura urbana que proporcionasse aos habitan tes 
uma mínima condição de vida.

A ordenação deste crescimento se faz necessária, de modo que as influências que o mesmo possa 

ter sobre o meio ambiente não se tornem prejudiciais aos habitantes.

Infelizmente, nem sempre ocorre o que seria desejado. O processo de ocupação é feito sem a 

devida implantação da infra-estrutura necessária. O crescimento é desordenado, sem con siderar as 
características dos recursos naturais do meio.

Na atualidade, o planejamento busca sanar os problemas dos assentamentos já estabelecidos nos 

meios urbanos, desenvol vendo, assim, ações mais corretivas que diretivas no que toca à produção 
dos espaços. Observa-se hoje que mesmo as cidades planejadas (como Brasília, Goiânia ou Belo 
Horizonte) fugiram to talmente ao controle do plano e dos planejadores. Nesse sentido, pode-se 
concluir que um traço marcante da urbanização brasileira contemporânea é seu caráter espontâneo e 
anárquico. As cidades crescem de forma caótica, exigindo ações posteriores de ordenamento no que 
tange à dotação de equipamentos básicos.

As consequências deste processo inadequado de cresci mento são as já comuns em todas as cidades 

grandes: falta de condições sanitárias mínimas em muitas áreas; ausência de servi ços indispensáveis 
à vida das pessoas nas cidades; ocupação de áreas inadequadas; destruição de recursos de valor 
ecológico; poluição do meio ambiente; habitações em condições precárias de vida.

As aglomerações urbanas, junto com seus impactos ambientais negativos, são o resultado de 

um núme ro de processos históricos e econômicos, incluindo a super-concentração de indústrias 
devido aos dependentes modelos de desenvolvimento, combinada com uma inadequada estrutura 
de posse da terra, técnicas não apropriadas de agricultura e cresci mento da população rural. Isso 
conduz ao aumento do fluxo de imigrantes para as metrópoles, na busca de empregos e serviços, em 
taxas que as cidades não podem mais suportar. As forças de concentração urbana já ultrapassaram 
a capacidade física e social de absorção das mega-cidades. Este processo tem exteriori zado custos 
sociais e ecológicos na forma de saturação dos níveis de poluição do ar, da água e sonora. Ultimamente, 
tem degrada do os mecanismos ecológicos básicos que asseguram a produtivi dade sustentável dos 
recursos naturais e das bases sociais para uma gestão democrática do processo produtivo pelas 
comunida des. O processo de metropolização tem gerado um déficit de crescimento dos serviços 
públicos. Isso tem conduzido à degrada ção da qualidade de vida da população, à pressão social, ao 
au mento do custo ecológico e aos elevados preços dos insumos do desenvolvimento.

1.1 - Planejamento Municipal 

O Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº. 10.257, criada em 10 de julho de 2001) é a lei que regulamenta 

a política urbana nacional, expressa nos artigos 182 e 183 da Constituição Federal. Ele é fruto de 12 
anos de discussões e seu principal objetivo é garantir o direito de todos à cidade, ou seja, às riquezas 
naturais, aos serviços, à infra-estrutura e à qualidade de vida. 

A nova lei estabelece uma nova forma de apropriação do espaço urbano, baseada na função social 

da propriedade. Por essa nova lei, as propriedades precisam abrigar atividades ou construções que 
representem benefícios para toda a cidade, não só para os donos.