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Introdução ao Planejamento Urbano

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Algumas vezes, o homem consegue vencer obstáculos relacionados com a topografia não 

favorável, mas isto é feito com movimentação de terra e outras ações sobre a Natureza, causando 
impactos adversos à paisagem ou prejuízos à qualidade do meio ambiente.

A declividade do terreno contribui para o escoamento das águas. Quanto maior for o trecho em declive, 

maior será o escoamento da água pela superfície, carreando solo (consequência da erosão) e outros 
materiais para os recursos hídricos superficiais, influindo, portanto, na qualidade da água dos mesmos.

As condições topográficas estão, também, relacionadas com as características climáticas. Por 

exemplo, a ocorrência de inversões de temperatura, que podem contribuir para o agravamento 
da poluição do ar, é comum em vales. O posicionamento topográfico de determinada área pode 
influir para uma maior ou menor incidência do sol sobre a mesma. Áreas baixas estão mais sujeitas a 
inundações do que terrenos elevados, mostrando que há, também, um inter-relacionamento entre a 
topografia e fatores hidrológicos.

Tabela 1.2 - Erosão do solo em função da topografia. (Fonte: U.S. Forest. Service, 1969)

TOPOGRAFIA

QUANTIDADE DE SEDIMENTOS PRODUZIDOS (EM 

TONELADA POR MILHA QUADRADA P/ANO)

Área de florestas (plana)

10 a 40

Área de florestas (em declive)

  25 a 100

Área urbana (plana)

  25 a 100

Área urbana (em declive)

  75 a 500

LEMBRE-SE:

 1 milha quadrada = 2,59 quilômetros quadrados

As características geológicas podem ser favoráveis ou apresentar limitações à ocupação urbana. 

O conhecimento das características geotécnicas de uma área urbana é necessário para orientar o uso 
do solo da mesma. Assim, podem ser identificadas áreas de riscos (sujeitas a deslizamentos), terrenos 
suscetíveis à erosão e locais com lençol freático elevado, por exemplo, onde a ocupação deve ser feita 
com muito controle ou mesmo evitada.

Algumas formações geológicas apresentam características que interessam à construção civil: 

resistência a cargas, umidade, plasticidade, permeabilidade, capacidade de absorção, etc.

O conhecimento geológico diz respeito ao aproveita 

mento sócio-econômico dos recursos 

naturais: obtenção de mate riais utilizados na construção civil, de minerais, de água, de petróleo, etc.

As formações geológicas relacionam-se com as águas subterrâneas. Alguns tipos de rocha 

favorecem a formação de bons aquíferos, enquanto outros, não. O conhecimento dessas características, 
em áreas urbanas, é de grande importância, em função das necessidades de abastecimento de água.

Os solos são produtos da interação rocha/relevo/clima e, portanto, sintetizam as principais 

características destes ele mentos. Assim, conhecendo-se o solo pode-se inferir sobre o material de 
origem (rocha-mãe), a forma de relevo, a decli vidade, o sistema de drenagem, o comportamento 
hídrico e a suscetibilidade aos processos do meio físico. Os solos repre sentam o principal objeto de 
trabalho do geólogo na área de Geologia de Engenharia e Meio Ambiente, uma vez que os processos 
do meio físico (erosão, escorregamentos, assoreamento, contaminação, colapsos e subsidências, 
recalques, etc.) ocorrem predominantemente no solo e por ele são con dicionados.

O conhecimento das características do solo é fundamen tal para diversas atividades do meio 

urbano. Muitas atividades humanas provocam modificações no solo, sendo a principal o processo de 
erosão, que tem causado graves danos ambientais, econômicos e sociais.

Nas cidades, muitas são as atividades responsáveis pela erosão do solo: desmatamento; 

movimentos de terra (aterros e escavações); impermeabilização; alterações no escoamento das águas; 
construções.