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Introdução ao Planejamento Urbano
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1.3 - Características Ambientais e a Urbanização
O meio ambiente pode exercer influências sobre o processo de urbanização, através de
características que lhe são lavoráveis ou não. O processo de urbanização, por outro lado, provoca
modificações no meio ambiente, alterando suas características.
As condições climáticas de uma região, o seu relevo, ti pos e formações de solos, os recursos
hídricos, a cobertura vegetal, os ecossistemas, entre outras, são características de um ambiente que
estão relacionadas com a urbanização, influindo no processo ou sendo modificadas por ele.
Algumas características do meio podem ser usadas como elementos que orientarão o
planejamento de uma área urbana. Por outro lado, a previsão dos impactos ambientais que poderão
resultar dos diversos usos do solo, em uma cidade, deve servir de base para a adoção de medidas de
proteção do meio ambiente.
Os elementos que compõem o ambiente natural - clima, relevo, recursos hídricos, vegetação,
fauna, formações geológicas, solos - se relacionam entre si, influindo uns sobre os outros.
As atividades antrópicas provocam mudanças nessas ca racterísticas do meio natural, causando,
muitas vezes, alterações prejudiciais ao ambiente e ao próprio homem. A seguir, são comentadas as
características do meio que influem ou são afetadas pelo processo de urbanização.
1.3.1 - Características Climáticas
Entre os fatores climáticos que estão relacionados com a urbanização, citam-se:
Radiação solar;
Temperatura;
Velocidade e direção dos ventos;
Precipitação;
Umidade;
Camadas atmosféricas.
Em algumas regiões, a distribuição da cidade e os tipos de construção devem favorecer a incidência
do sol. Em outras, onde a radiação solar é intensa, esta incidência deve ser diminuída.
A temperatura está relacionada com a urbanização. Áreas pavimentadas absorvem mais calor
durante o dia e expelem du rante a noite, aumentando a temperatura. Além disto, com a pa vimentação
há um escoamento mais rápido da água e, em consequência, um secamento mais breve do solo,
diminuindo o processo de evaporação, o qual tem efeito de resfriamento da su perfície da Terra. Há
ainda a considerar as atividades normais do meio urbano (máquinas e veículos) que produzem calor
e contri buem para o aumento da temperatura.
A elevação da temperatura, nas cidades, resulta na for mação da “ilha de calor”, que corresponde
a uma área na qual a temperatura da superfície é mais elevada que as áreas circunvizinhas, o que
propicia o surgimento de circulação local. O efeito da ilha de calor sobre as cidades ocorre devido
à redu ção da evaporação, ao aumento da rugosidade e às proprie dades térmicas dos edifícios e
dos materiais pavimentados. Nos centros das áreas urbanas, em lugares pobres em vegetação, as
temperaturas alcançam valores máximos. Por outro lado, os va lores mínimos são registrados em áreas
verdes e reservatórios de água. Com o aumento da temperatura nas cidades, ocorre uma diminuição
da umidade relativa. Em dias extremamentes quentes, desconforto térmico, associado à umidade
relativa baixa, provoca um “clima de deserto artificial”.
Nas cidades, observa-se maior precipitação pluvial do que nos campos, pois as atividades humanas
nesse meio produ zem maior número de núcleos de condensação. Por outro lado, constata-se menor
umidade relativa nas áreas urbanas do que nos campos.
As camadas atmosféricas, com suas possíveis inversões, são fatores importantes que estão
diretamente relacionados com a dispersão dos poluentes atmosféricos resultantes de atividades
urbanas. A direção e a velocidade dos ventos são outros fatores a considerar sob este aspecto.
O desmatamento provoca alterações climáticas, pois a vegetação é responsável pela regularização
da temperatura e da umidade. Além disto, a arborização contribui para uma melhor ventilação.