Capítulo 1

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f. Adquirir mais conhecimento nos processos físicos que realmente ocorrem nos solos 
submetidos a várias situações como carregamentos estáticos e dinâmicos, presença de água, 
e variação de temperatura;

g. Aplicar o conhecimento da Mecânica dos Solos para solução de problemas práticos de 
engenharia;

h. Substituir o empirismo pelos métodos científicos nos projetos usados no passado para 
fundações e obras de terra, contribuindo assim para o avanço da disciplina.

As propriedades mecânicas dos solos são muito complexas e difíceis de serem determinadas do 

que para aço, concreto, ou madeira. Nenhum material apresenta variação maior nas propriedades do 
que solos, provavelmente porque não é um material padrão manufaturado. Isto porque o solo com 
o qual engenheiro deve trabalhar é originada da natureza sob as mais variadas formas e condições. 
Então, pode-se concluir que os solos representam o mais sério problema num projeto porque não 
são homogêneos. Isto traz como consequência a necessidade de se compreender adequadamente as 
suas propriedades e o seu comportamento. Para isso, há a necessidade de investigar o solo antes do 
planejamento de um projeto, ou pelo menos antes do início da obra.

As investigações e o conhecimento das propriedades físicas e mecânicas dos solos podem 

auxiliar na proteção do proprietário do edifício e do engenheiro na responsabilidade das condições 
imprevistas e problemas do futuro que podem acompanhar uma obra. Estas são as primeiras medidas 
a serem tomados para um apropriado entendimentos dos problemas.

1.1 - Origem e Formação dos Solos

Segundo pesquisas, o globo terrestre se constitui de três camadas “geosferas”: núcleo, manto e crosta.

Núcleo: Camada central do Globo terrestre com formação relativamente sólida de níquel e 
ferro. Seu raio aproximadamente é de 3400 km. 
Manto: Camada intermediária com espessura aproximada de 2900 km, constituída por 
silicatos ferromagnésianos com alta densidade e temperatura.
Crosta: Camada externa do globo com uma espessura média de 50 km, consideradas em duas 
partes, isto é: Crosta inferior: Constituídas por rochas contendo silicatos ferromagnésianos e 
Crosta superior: Constituídas por rochas ricas em silício e alumínio.

O objeto dos estudos da geologia e mecânica dos solos é a camada de pequena espessura e bem 

variável de região para região, que é resultante da composição dos elementos minerais componentes 
da rocha, através do intemperismo. 

Todos os solos se originam da decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta 

terrestre. A decomposição é decorrente de agentes físicos e químicos. Variações de temperatura 
provocam trincas, nas quais penetra a água, atacando quimicamente os minerais. O congelamento da 
água nas trincas, entre outros fatores, exerce elevadas tensões, do que decorre maior fragmentação 
dos blocos. A presença da fauna e flora promove o ataque químico, através de hidratação, hidrólise, 
oxidação, lixiviação, troca de cátions, carbonatação, etc. O conjunto destes processos, que são 
muito mais atuantes em climas quentes do que em climas frios, leva à formação dos solos que, 
em consequência, são misturas de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e pela 
composição química. A maior ou menor concentração de cada tipo de partícula num solo depende 
da composição química da rocha que lhe deu origem. 

De forma sucinta podemos dizer que a rocha é um agregado de um ou mais minerais, que é 

impossível de escavar manualmente, que necessite de explosivo para o seu desmonte. 

1.1.1 - Intemperismo

Intemperismo é o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que ocasionam a 

desintegração e decomposição das rochas e dos minerais, formando os solos.

O intemperismo nas rochas ocorrem basicamente devido à ação de dois tipos de agentes, ou 

sejam, físico ou químico.

Intemperismo Físico: Causado por alívio ou acréscimo de pressões, por congelamento das águas 

que se depositam nas fissuras das rochas (orvalho e chuva), variação da temperatura ambiente. Na 
ação do intemperismo físico, não há alteração na composição química e minerológica da rocha.