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História da Radiologia

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Que Roentgen descobriu os raios X por acaso, parece não haver dúvida. De que outra forma algo 

tão inesperado poderia ser descoberto? Agora, sobre o que não se tem certeza é qual foi o acidente 
que proporcionou a descoberta, e em que momento ele ocorreu. É difícil de imaginar que no primeiro 
arranjo experimental Roentgen tenha envolvido o tubo com a cartolina. O que ele esperava ver 
atravessando a cartolina preta, senão raios X? Como é possível, em menos de dois meses, alguém 
abordar aquela enorme quantidade de aspectos fundamentais de um fenômeno desconhecido, 
por mais genial que seja? Por outro lado, se o “verdadeiro” momento da descoberta não é o 8 de 
novembro, qual a razão para Roentgen fazer-nos crer que esta é a data correta?

Puro acidente ou não, o fato é que a repercussão da descoberta foi de tal ordem que, com muita 

justiça, o primeiro Prêmio Nobel de Física (1901) foi concedido a Roentgen.

Radiografia tirada por Roentgen de seu rifle de caça. Observe que há um pequeno defeito no 

cano. Com essa foto, Roentgen antecipou o uso industrial dos raios-x como controle de qualidade de 
peças.

Figura 1.1 - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-raio-x/historia-do-raio-x.php.  
Fonte: www.rxnet.com.br

Acostumado a visão no escuro, Roentgen  percebeu que um cartão de platino cianureto de bário 

brilhava debilmente durante as descargas. Convencido que os raios catódicos não saiam do tubo e 
portanto, não poderiam estar provocando esse fenômeno, Roentgen especulou que um novo tipo de 
raio podia ser responsável. Concluiu que um tipo de radiação estava sendo emitida pelo tudo, sendo 
capaz de atravessar a proteção de papel pesado e excitando os materiais fosforescentes.

A descoberta dos raios x, não foi um acidente, embora ocasional, nem ele trabalhava isolado.

Com investigações que ele e os seus colegas estavam a desenvolver, em diversos países, a 

descoberta era iminente. De fato, ele tinha planejado usar o écran na próxima etapa da investigação 
e certamente faria a descoberta momentos depois. Num dado momento, enquanto investigava a 
capacidade de vários materiais de pararem os raios x, Roentgen, colocou uma peça de chumbo em 
posição enquanto ocorria uma descarga, então Roentgem viu a primeira imagem radiográfica.

No inicio todos queriam ver o próprio esqueleto, os raios x causaram sensação. Seis dias depois 

de radiografar a mão de Bertha Roentgen apresentou seu achado aos colegas da Universidade de 
Wurzburg.

A imprensa noticiou o fato com destaque em 5 de janeiro de 1896. No mesmo ano, os médicos 

adotaram as novidades, pois graças a nova descoberta poderiam ver ossos quebrados, órgãos doentes 
dentro do corpo humano. Logo seria a ser usada no tratamento do câncer. Na sociedade a reação era 
deslumbrante. Todos queriam ver o próprio esqueleto.

Rápido, o americano Thomas Alva Edison (1847-1931) inventou um instrumento com tela 

fluorescente que deixava ver a radiografia ao vivo, sem a necessidade de revelar filmes. 

E o verdadeiro risco da radiação continuou sendo ignorado. Em poucos tempos, surgiram as 

lesões provocadas pelos raios X. As primeiras vitimas eram os operadores das máquinas, que sofriam 
exposições repetidas e em grande quantidade.