Capítulo 1

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Também na década de 1970, um engenheiro inglês, J. Hounsfield desenvolveu a Tomografia 

Computadorizada, acoplando o aparelho de Raios-X a um computador. Ele ganhou o prêmio Nobel 
de Física e Medicina. Até então as densidades conhecidas nos Raios X eram ossos, gorduras, líquidos 
e partes moles. Com esse método, devido a sua alta sensibilidade foi possível separar as partes moles 
assim visualizando sem agredir o paciente, o tecido cerebral demonstrando-se o líquor, a substância 
cinzenta e a substância branca. Até essa época, as imagens do nosso corpo eram obtidas pela 
passagem do feixe de Raios X pelo corpo, que sofria atenuação e precipitava os sais de prata numa 
película chamada filme radiográfico que era então processada. Com essa nova técnica, o feixe de 
Raios X atenuado pelo corpo sensibilizava de maneiras diferentes os detectores de radiação. Essas 
diferenças eram então analisadas pelo computador que fornecia uma imagem do corpo humano em 
fatias transversais em um monitor e depois passada para um filme radiográfico.

O homem, não satisfeito ainda, descobriu e colocou em aplicação clínica a Ressonância Nuclear 

Magnética por volta de 1980. Ela obtém imagens do nosso corpo similares às da tomografia 
computadorizada, só que com mais vantagens adicionais. Não utiliza radiação ionizante e raramente 
necessita uso de contraste.

A ressonância resulta da interação dos núcleos dos átomos, os prótons de Hidrogênio de número 

ímpar, com um campo magnético intenso e ondas de radiofreqüência. Sob a ação dessas duas 
energias, os prótons de hidrogênio ficam altamente energizados e emitem um sinal que apresenta 
uma diferença entre os tecidos normais e os tecidos patológicos. Essa diferença de sinal é analisada 
por um computador que mostra uma imagem precisa em secções nos três planos.

Atualmente sabe-se que os chassis e filmes radiográficos em muitos centros Radiológicos já não 

são mais utilizados, pois a técnica de Radiologia Digital já é uma realidade. Essa nova técnica melhora 
a qualidade da imagem e facilita o seu processamento.

1.3 - Achados Interessantes

As transformações científicas e tecnológicas aconteciam de forma intensa no final do século XIX. 

Elas estavam presentes na vida de todos os indivíduos, mesmo aqueles que não eram cientistas. Para 
os cientistas, no entanto, as novidades eram mais freqüentes.

Em 8 de novembro de 1895, trabalhando em seu laboratório, na cidade de Lennep, Alemanha, 

Wilhelm Röntgen observou uma nova forma de radiação.

Na época em que Röntgen fez sua descoberta, diversos cientistas investigavam fenômenos 

relacionados com descargas elétricas em gases. Um equipamento padrão era o tubo de Crookes, 
que consiste em um tubo de vidro evacuado até que uma pressão muito baixa seja produzida em 
seu interior, e no qual dois eletrodos são submetidos a uma alta tensão elétrica. Nestas condições 
observa-se o surgimento dos chamados “raios catódicos”, que hoje são interpretados como um fluxo 
de elétrons. Sabia-se que estes raios catódicos não atravessavam o vidro ou outros materiais (mas que 
podiam passar por folhas metálicas muito finas) e que mesmo no ar não conseguiam percorrer mais 
do que poucos centímetros antes de serem absorvidos. Sabia-se também que eram defletidos por 
um ímã.

O aparato experimental de Röntgen consistia em um tubo de Crookes protegido por papel preto 

- para que a luz emitida pelo tubo não interferisse em suas observações e um anteparo de papel 
pintado com platino cianeto de bário, que servia como detetor da radiação emitida.

Em sua experiência Röntgen encontrou resultados inesperados. Aumentando a tensão aplicada aos 

eletrodos do tubo, ele observou um curioso fenômeno: um anteparo situado próximo ao tubo ficou 
fluorescente. Quando a corrente foi cortada esse fenômeno desapareceu. A seguir, Röntgen observou 
que esse efeito acontecia mesmo recuando o anteparo de alguns centímetros, o que certamente não 
poderia ser provocado por raios catódicos. Intrigado com este fenômeno e buscando compreender 
melhor essa nova radiação, Röntgen continuou suas experiências interpondo entre o tubo de Crookes 
e o anteparo fluorescente diversos objetos, constatando que eles eram “transparentes” aos Raios X.

Röntgen então, chamou essa radiação de Raios X.

Um aspecto interessante sobre a descoberta dos raios X foi o fato dela não ter ocorrido antes, 

visto que vários cientistas, altamente capacitados e mesmo mais conhecidos do que Röntgen, vinham 
trabalhando com tubos de descarga há muitos anos.