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História da Enfermagem no Brasil

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3.2 - Desenvolvimento da Educação em Saúde no Brasil 

(Séc. XIX)

Ao final do século XIX, apesar de o Brasil ainda ser um imenso território com um contigente 

populacional pouco e disperso, um processo de urbanização lento e progressivo já se fazia sentir nas 
cidades que possuíam áreas de mercado mais intensas, como São Paulo e Rio de Janeiro. As doenças 
infecto-contagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos africanos, começam a propagar-se 
rápida e progressivamente. A questão saúde passa a constituir um problema econômico-social. Para 
deter esta escalada que ameaçava a expansão comercial brasileira, o governo, sob pressões externas, 
assume a assistência à saúde através da criação de serviços públicos, da vigilância e do controle mais 
eficaz sobre os portos, inclusive estabelecendo quarentena revitaliza, através da reforma Oswaldo Cruz 
introduzida em 1904, a Diretoria-Geral de Saúde Pública, incorporando novos elementos à estrutura 
sanitária, como o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção e 
o Instituto Soroterápico Federal, que posteriormente veio se transformar no Instituto Oswaldo Cruz. 
Mais tarde, a Reforma Carlos Chagas (1920), numa tentativa de reorganização dos serviços de saúde, 
cria o Departamento Nacional de Saúde Pública, Órgão que, durante anos, exerceu ação normativa 
e executiva das atividades de Saúde Pública no Brasil. A formação de pessoal de Enfermagem para 
atender inicialmente aos hospitais civis e militares e, posteriormente, às atividades de saúde pública, 
principiou com a criação, pelo governo, da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no Rio de 
Janeiro, junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior. 

Esta escola, que é de fato a primeira escola de Enfermagem brasileira, foi criada pelo Decreto 

Federal nº 791, de 27 de setembro de 1890, e denomina-se hoje Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, 
pertencendo à Universidade do Rio de Janeiro - UNI-RIO.

3.2.1 - Influência de Oswaldo Cruz para a Saúde no Brasil

Figura 3.1 - Fonte: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/oswaldo-cruz

Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões Cruz, Oswaldo Cruz nasceu 

no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga, São Paulo. Ele viveu na cidade até 1877, quando 
sua família se transferiu para o Rio de Janeiro. Estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de 
Alcântara e no Externato Dom Pedro II.

Aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, 

já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Em 24 de dezembro de 1892, 
formou-se doutor em medicina, com a tese Veiculação Microbiana pelas Águas. Seu interesse pela 
microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de 
seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. 
Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de 
Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência.

Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de 

peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, 
em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos,