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História da Enfermagem 
no Brasil

 

A Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e vai até o final do século 

XIX. A profissão surge como uma simples prestação de cuidados aos doentes, realizada por um 
grupo formado, na sua maioria, por escravos, que nesta época trabalhavam nos domicílios. Desde 
o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de Misericórdia, que tiveram origem 
em Portugal.  A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em 1543. Em seguida, 
ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e 
Curitiba, esta inaugurada em 1880, com a presença de D. Pedro II e Dona Tereza Cristina.  No que diz 
respeito à saúde do povo brasileiro, merece destaque o trabalho do Padre José de Anchieta. Ele não se 
limitou ao ensino de ciências e catequeses. Foi além. Atendia aos necessitados, exercendo atividades 
de médico e enfermeiro. Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos 
habitantes, clima e as doenças mais comuns. 

A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuncioasamente descritas. Supõe-se 

que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era prestado por pessoas treinadas por eles. Não 
há registro a respeito. Outra figura de destaque é Frei Fabiano Cristo, que durante 40 anos exerceu 
atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro (Séc. XVIII). Os escravos 
tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos doentes. Em 1738, Romão de 
Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil 
tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação mundial, 
graças a atuação de José Bonifácio Andrada e Silva. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos 
Expostos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do 
Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre 
Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil. 

No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene 

Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse 
progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem. Assim sendo, 
na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de destacaram e, entre eles, merece 
especial menção o de Anna Nery.

3.1 - Anna Nery

Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade de Cachoeira, na Província 

da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Nery, enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico 
militar e um oficial do exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-
1870), sob a presidência de Solano Lopes. O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece seus 
serviços médicos em prol dos brasileiros. Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao 
Presidente da Província, colocando-se à disposição de sua Pátria. 

Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam. 

Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. Após cinco anos, retorna 
ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma coroa de louros e Victor Meireles pinta sua 
imagem, que é colocada no edifício do Paço Municipal. O governo imperial lhe concede uma pensão, 
além de medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880. 
A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery que, como 
Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.

Figura 3.0 - “A Matriarca da 

Enfermagem no Brasil” - 

Ana Néri (1814-1880)