Capítulo 3
14
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Gases e Vapores Asfixiantes
Chama-se asfixia o bloqueio dos processos vitais tissulares, causado por falta de oxigênio. A falta
de oxigênio pode acarretar lesões definitivas do cérebro, em poucos minutos. Chama-se de anoxemia
a deficiência na entrada de oxigênio, aos tecidos do organismo. Os gases e vapores asfixiantes podem
ser divididos em:
a) Asfixiantes Simples
Estas substâncias têm a propriedade de deslocar o oxigênio do ambiente. O processo asfixia ocorre
então, porque o trabalhador respira um ar com deficiência de oxigênio. Sabemos que o ar precisa ter
no mínimo 18% de 0
2
para que a vida seja mantida sem risco algum.
Para que a concentração de oxigênio seja reduzida de forma considerável no ambiente é necessário
que os asfixiantes simples esteja em alta concentração e que o local não possua boa ventilação.
Portanto, quando estivemos em presença de um processo de operação que desprenda asfixiante
simples para o ambiente, devemos avaliar a concentração de oxigênio, já que o fator limitante para
causar danos ao homem é função desta substância e não do asfixiante em si.
Exemplo de substâncias deste grupo são:
»Hidrogênio, nitrogênio, hélio (gases fisionomicamente inertes);
»Metano, etano, butano, propano, GLP (também anestésicos simples, de ação narcótica muito
fraca);
»Dióxido de carbono (também possuidor de um efeito importante sobre o organismo e, por
isso, com limite de tolerância fixado especificamente para ele. Para esta substância deve ser
respeitado o limite de tolerância adotado na legislação e não aquele teor mínimo de 18% de
O
2
, como anteriormente especificado para os asfixiantes simples.)
b) Asfixiantes Químicos
Pertencem a este grupo algumas substâncias que ao ingressarem no organismo, interferem na
perfeita oxigenação dos tecidos. Estas substâncias não alteram a concentração do oxigênio existente
no ambiente. O ar respirado contém oxigênio suficiente, só que o asfixiante químico, que foi inalado
junto com o oxigênio, não permite que este último seja adequadamente aproveitado pelo nosso
organismo. Exemplos: monóxido de carbono (CO), a anilina, ácido cianídrico etc.
3.1.2 - Aerodispersóides
3.1.2.1 - Conceito
De forma geral, um Aerodispersóides está formado por uma dispersão de partículas sólidas ou
líquidas no ar, de tamanho reduzido, que pode variar entre um limite superior, não bem definido e
que pode fixar entre 100 a 200μm (micra), até um limite inferior da ordem de 0,5μm (mícron), no caso
de Poeiras e Névoas.
Para Fumos e Neblinas, o tamanho da partícula varia, comumente, entre 0,5μ e 0,001μ.
3.1.2.2 - Classificação e Características
Podemos classificar os aerodispersóides em:
Poeiras: são partículas sólidas, produzidas por ruptura mecânica de sólidos.
Fumos: são partículas sólidas, produzidas por condensação ou solidificação (oxidação) de
vapores de substâncias sólidas a temperatura normal.
Névoas: são partículas líquidas, produzidas por ruptura mecânica de líquidos.
Neblinas: são partículas líquidas, produzidas por condensação de vapores de substâncias
líquidas a temperatura normal.
Em relação a seu tamanho, as poeiras e as névoas são formadas por partículas com mais de 0,5μm
de diâmetro, e os fumos e neblinas por partículas com menos de 0,5μm. Deve-se entender que esta
não é uma diferença rígida, já que realmente existe uma superposição dos grupos. O tempo que os
aerodispersóides podem permanecer no ar depende de seu tamanho, peso específico e da velocidade
de movimentação do ar.