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Estudo do Ruído Ocupacional

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14

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0

0

1

Níveis Sonoros

A necessidade de considerar simultaneamente a variação da pressão sonora (através do NPS) e a 

frequência da onda leva a representar ambos os fatores em gráficos chamados de espectros sonoros.

A figura a seguir mostra como exemplo o espectro sonoro de uma buzina de carro.

Figura 2.8 - Espectro sonoro de uma buzina. No gráfico - NPS x frequência - foram colocados os valores, medidos de 
níveis de pressão sonora nas diferentes faixas de frequência, numericamente representadas pelo centro da faixa.

A buzina é ouvida como um som, mas na verdade, ela esta composta por muitos sons de 

frequências diferentes, o que fica evidenciado quando são feitas medições de NPS com um conjunto 
de filtros, chamado de analisador de frequências.

Observe-se a maneira peculiar como, na figura, foi dividida a faixa total de audiofrequências (onde 

foram omitidos os extremos 16 e 20.000 Hz). Essa forma de divisão é chamada de análise de oitava ou 
análise em banda de oitava. Existem outras formas de dividir a faixa de audiofrequência, por exemplo, 
bandas de 1/3 de oitava, mas, na prática da avaliação do ruído industrial, as bandas de oitava são as mais 
utilizadas.

Para o som da buzina da figura anterior, temos uma certa sensação que não pode ser expressa 

separadamente por nenhum dos valores de NPS nas respectivas frequências. Isto é, sendo a sensação 
sonora a de estarmos ouvindo apenas um som, não podemos dizer que a sensação é de 110, 65, 78 ou 
outro valor qualquer em dB. Para contornar o problema de dar um valor só (a um conjunto de sons) 
que reflita adequadamente a sensação humana e que permita o risco de desconforto ou de dano 
auditivo de uma forma simples, foram criados os “decibéis compensados”. A base para os decibéis 
compensados deriva do fato do sistema auditivo humano ter sensibilidade diferentes para frequência 
diferentes. Por exemplo, o som de 80 dB, emitido na frequência de 1.00 Hz, é ouvido bem mais forte 
que os mesmos 80 dB na frequência de 63 Hz.

Verifica-se, então que, para frequências baixas, a sensibilidade do ouvido é baixa, produzindo-se um efeito 

semelhante ao que se obtém ao colocar um abafador na orelha que dificulte a passagem das baixas frequências. 
Para as frequências médias (da ordem de 1.00 a 4.00 cps), o sistema auditivo é altamente sensível, sendo que 
para altas frequências, a sensibilidade do ouvido humano volta a ser baixa. Para seguir, então, da maneira mais 
fiel possível a sensação humana real, os níveis de pressão sonora são alterados, compensando, para cada faixa 
de frequência, através de filtros próprios, incluídos nos equipamentos de medição, para se obter apenas um 
valor, chamado de nível de pressão sonora compensado ou, simplesmente, Nível Sonoro - NS. Todo o trabalho 
de compensação é feito pelos aparelhos de medição, automaticamente, evitando qualquer cálculo especial e 
entregando, de forma quase instantânea, o valor que, sozinho, representa a sensação humana: o nível sonoro 
(NS). A sensação humana, contudo, e mais complexa que o mecanismo idealizado para aproximarmos dela, 
razão pela qual, na prática, são utilizadas diferentes critérios de compensação.