11
Estudo do Ruído Ocupacional
R
E
G -
5
4
9
.4
14
- C
O
PY
R
IG
H
T - B
0
0
1
Pode-se observar que as frequências audíveis encontram-se entre 16 e 20.000 Hz, faixa chamada
de “audiofrequência”. Também podemos observar a enorme faixa de variação de pressão que o
sistema auditivo normal do homem consegue captar.
A figura anterior deixa ver claramente que a descrição do som ou do ruído deve levar em
consideração não só a variação de pressão e a frequência, mas também a interdependência delas.
Quando as vibrações mecânicas têm valores superiores a 20.000 Hz são chamadas de “ultra-sons”
e quando têm valores inferiores a 16 Hz são chamadas de “infra-sons”. Conforme acabamos de ver, os
ultra-sons e os infra-sons não são audíveis (não são sons).
2.4 - Propagação do Som Através do Ar
Teoricamente o som se propaga em forma de ondas esféricas a partir de uma fonte pontual.
Duas situações podem dificultar este modelo simples: a presença de obstáculos na trajetória de
propagação e, em campo aberto, a não uniformidade do meio, causada por ventos e/ou gradientes
de temperaturas.
Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimensões menores do que o seu comprimento
de onda, o efeito não é perceptível, ocorrendo o oposto se a dimensão do obstáculo for comparada
ao comprimento de onda do som. Portanto, para impedir a passagem de som, barreiras devem ser
colocadas perto da fonte ou do receptor e suas dimensões devem ser três a cinco vezes o comprimento
de onda do som envolvido.
A propagação do som pode-se dar através de diversos tipos de onda, obtendo-se os “campos
acústicos” característicos do tipo de fonte sonora e do meio no qual esta se encontra.
Se, a partir de uma fonte sonora do tipo puntiforme, o som se propaga em todas as direções,
afastando-se da fonte sem encontrar obstáculo, temos um campo esférico. Neste tipo de campo se o
espaço for livre, a pressão sonora decresce de forma inversamente proporcional à distância.
No caso de as ondas encontrarem obstáculos que os reflitam, a uma certa distância da fonte, o som
poderá vir de quaisquer direções, uniforme e aleatoriamente. Este tipo de campo é chamado de difuso.
2.5 - O Decibel, os Níveis de Pressão Sonora e os Níveis
Sonoros
Medir pressão sonora não é tarefa simples. Mencionamos, por exemplo, no item 3, que as
vibrações sonoras são detectáveis com valores tão pequenos quanto 0,00002 Newton/m
2
, pressão
de corresponde, aproximadamente, a dois milionésimo da pressão atmosférica normal. Isto é, uma
variação praticamente infinitesimal da pressão do ar provoca a sensação de audição, desde que a
frequência da vibração esteja compreendida entre 20 e 20.000 Hz (faixa chamada de audiofrequência).
Por outro lado, o sistema auditivo consegue ouvir variações da pressão do ar 10 milhões de vezes
superiores ao valor limiar de audibilidade, estendendo-se numa faixa de aproximadamente 0,00002
a 200 Newton/m
2
.
O ouvido humano responde a uma larga faixa de intensidade acústica, desde o limiar da audição
até o limiar da dor. Por exemplo, a 1000 Hz a intensidade acústica que é capaz de causar a sensação de
dor é 10
14
vezes a intensidade acústica capaz de causar a sensação de audição. É visível a dificuldade
de se expressar números de ordens de grandeza tão diferentes numa mesma escala linear, portanto
usa-se a escala logarítmica. Um valor de divisão adequado a esta escala seria log 10 sendo que a razão
das intensidades do exemplo acima seria representada por log 10
14
ou 14 divisões da escala. Ao valor
de divisão da escala log 10, dá-se o nome de Bel. Dois Bel é log 100,...etc. No entanto, o Bel é um valor
de divisão de escala muito grande e usa-se então o decibel (dB) que é um décimo do Bel. Um Bel é
igual a dez decibéis:
1 Bel = 10 decibéis
Por exemplo: 10 log 10
14
= 140 dB
Portanto, um decibel corresponde a 10
0,1
= 1,26, ou seja, é igual à variação na intensidade de 1,26
vezes. Uma mudança de 3 dB corresponde a 10
0,3
= 2, ou seja, dobrando-se a intensidade sonora
resulta em um acréscimo de 3 dB.