Capítulo 1
14
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A Toyota, no Japão, foi a primeira organização a empregar o conceito de gestão de qualidade total,
superando a etapa do fordismo, onde esta responsabilidade era limitada apenas ao nível da gestão.
O método japonês era um sistema flexível. A mão de obra não era extremamente segmentada como
a de Henry Ford, e era multifuncional, dando flexibilidade para a produção japonesa da época que
era pequena, e tinha recursos escassos. No toyotismo os colaboradores da organização possuem
uma gama mais ampla de atribuições, cada um sendo diretamente responsável pela consecução dos
objetivos da organização. Desse modo, a comunicação organizacional, em todos os níveis, torna-se
uma peça-chave da dinâmica da organização.
Masao Namoto entrou na Toyota em 1943 e foi nomeado presidente da Toyoda Gosei
(Conglomerado Toyota) em 1982. Em 1985 a empresa ganhou o Prêmio Deming (prêmio japonês) de
gestão de qualidade. Nemoto combinara o sistema de produção da Toyota (com o sistema Kanban e
o just-in-time), os conceitos da gestão de qualidade e sua filosofia gerencial podem ser definidos em
alguns princípios básicos:
1.8 - Os Conceitos Básicos da Qualidade Total no Toyotismo
Produzir bens ou serviços que respondam concretamente às necessidades dos clientes.
Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro continuo obtido com o domínio da
qualidade.
Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais elevada prioridade (Pareto).
Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em factos.
Administrar a empresa ao longo do processo e não por seus resultados.
Reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento das causas fundamentais.
O cliente é Rei. Não se permitir servi-lo se não com produtos de qualidade.
A prevenção deve ser a tão montante quanto possível.
Na lógica anglo-saxônica de “trial and error”, nunca permitir que um problema se repita.
1.9 - A Gestão da Qualidade no Brasil
A qualidade depende diretamente da normalização e da metrologia. Não há qualidade se não
houver especificação dos insumos, do produto final, das metodologias de produção e de medição
dos atributos-chave.
O Movimento da Qualidade no Brasil nos convida a refletir sobre o quanto o Brasil tem avançado na
implementação de políticas públicas orientadas para a inserção do produto nacional no mercado global.
Outra reflexão relevante é quanto ao nível de maturidade do setor produtivo brasileiro para
avançar nas questões relacionadas à gestão da qualidade, considerando os desafios de uma sociedade
pós-industrial ambientada no desenvolvimento tecnológico, na escassez dos recursos naturais, nas
incertezas científicas e nos princípios universais que regem as práticas de gestão empresarial com
responsabilidade social.
A preocupação com a qualidade no Brasil se deu inicialmente em 1980. Porém, somente com a
abertura da economia ao mercado internacional, em 1990, as empresas sentiram a necessidade de
garantir sua sobrevivência, sendo de extrema necessidade o aumento da produtividade e da qualidade.
A criação do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), pelo governo, e a consciência do
cidadão enquanto consumidor foram decisivos para o desenvolvimento da qualidade no Brasil.
No Brasil, a partir do início da década de 90, vem sendo observado um grande movimento em
prol da melhoria da qualidade de produtos e serviços. A criação pelo Governo Federal do Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade, a abertura econômica, que expôs as empresas brasileiras a
um ambiente de grande competição, a evolução do cidadão brasileiro enquanto consumidor, que
passou a exercer mais plenamente seus direitos e deveres, e a estabilização da moeda foram fatores
indutores e decisivos para esse movimento.(LOBO, 2002, p.2)
O movimento da qualidade no Brasil é hoje reconhecido pelos japoneses como o segundo maior
no mundo. Dorothea Werneck15 (1994) relata que a característica mais importante do caso brasileiro
é a adesão de empresas de todos os setores, indústrias de transformação e de construção, comércio,
serviços, setor agrícola e, inclusive, o serviço público.
Figura 1.11