11

Introdução

R

E

G - 

5

4

9

.866

 - C

O

PY

R

IG

H

T - B

0

0

1

1.3.6 - Viabilidade do concreto armado 

As três propriedades abaixo em conjunto é que viabilizam o material concreto armado: 

Aderência aço-concreto – esta talvez seja a mais importante das propriedades uma vez que 
é a responsável pela transferência das tensões de tração não absorvidas pelo concreto para as 
barras da armadura, garantindo assim o perfeito funcionamento conjunto dos dois materiais. 
Coeficiente de dilatação térmica do aço e do concreto são praticamente iguais – esta 
propriedade garante que para variações normais de temperatura, excetuada a situação 
extrema de incêndio, não haverá acréscimo de tensão capaz de comprometer a perfeita 
aderência aço-concreto. 
Proteção da armadura contra a corrosão – Esta proteção que está intimamente relacionada 
com a durabilidade do concreto armado acontece de duas formas distintas: a proteção física 
e a proteção química. A primeira é garantida quando se atende os requisitos de cobrimento 
mínimo preconizado pela NBR 6118(2003) que protege de forma direta as armaduras das 
intempéries. A proteção química ocorre devido a presença da cal no processo químico de 
produção do concreto, que envolve a barra de aço dentro do concreto, criando uma camada 
passivadora cujo ph se situa acima de 13, criando condições inibidoras da corrosão. 

1.3.7 - Dimensionamento do concreto 

Quando se calcula uma peça de concreto armado, imagina-se aço e concreto trabalhando juntos, como 

um conjunto monolítico. Caso não ocorra tal situação a referida peça não resistirá aos esforços previstos. 
Assim, algumas providencias devem ser tomadas na execução de uma estrutura de concreto armado de 
modo a garantir: aderência entre o concreto e aço e proteção das armaduras quanto à oxidação. Além 
disso, o coeficiente de dilatação do concreto e do aço devem ser aproximadamente iguais.

Para dimensionar uma peça é necessário que se conheça o conjunto de ações que a carga 

desenvolve em cada elemento infinitesimal das seções da mesma (esforços totais). Assim, em uma 
peça sujeita a flexão simples atuam momento fletor e esforço cortante. Conhecendo-se esses 
esforços e distribuindo-se os mesmos pela área da seção, passa-se a conhecer a tensão na peça, que 
é o esforço por unidade de área de uma seção da peça. Deve-se buscar a tensão máxima que atua na 
peça, através dos maiores esforços solicitantes.

O meio mais prático de pesquisar o maior momento fletor e o maior esforço cortante em uma peça 

sujeita a flexão simples é traçar o diagrama de momentos fletores e o diagrama de esforços cortantes.

O concreto e o aço devem ser dimensionados para resistir aos maiores esforços da peça, pois a eles 

resistindo, resistirão a quaisquer outros menores.

As seções de concreto e de aço a serem adotadas dependerão também da resistência característica 

das mesmas.

A resistência característica do concreto á compressão (f

ck

) é adotada no cálculo e garantida através 

de uma dosagem experimental. Sua verificação é feita através de ensaios de corpos de prova á 
compressão.

O aço é fabricado com algumas resistências características padronizadas. Escolhe-se a resistência 

(ou as resistências) característica de projeto (f

yk

) e comprova-se a mesma através de ensaios de tração 

das barras.

Os aços carbonos são ligas de ferro em que o elemento, predominante de liga é o carbono.

A norma brasileira que regulamenta as barras e fios de aço para armaduras de concreto armado é 

a NBR-7480. Segundo a NBR-7480, as bitolas das armaduras para concreto armado são expressas em 
mm e com relação à sua forma, podem ser de dois tipos: barras e fios.

a) Barras - produtos obtidos por laminação a quente ou por laminação a quente e encruamento 
a frio, de seção circular simples ou com deformações superficiais para melhorar sua aderência 
ao concreto, de bitola 5.0mm ou superior.

São comercializadas com comprimento de 11 a 12 m podendo-se adquirir barras de 
comprimento de 18 a 20 m fabricadas sob encomenda,

b) Fios - produtos obtidos por trefilação ou por processo equivalente (ex. estiramento), com 
bitola menor ou igual a 12 mm. O processo de trefilação consiste em puxar o aço sucessivas 
vezes através de fieiras, reduzindo cada vez mais o seu diâmetro. Os fios têm normalmente a, 
superfície lisa, mas podem receber deformações superficiais em operação suplementar.