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Introdução
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1.3.6 - Viabilidade do concreto armado
As três propriedades abaixo em conjunto é que viabilizam o material concreto armado:
Aderência aço-concreto – esta talvez seja a mais importante das propriedades uma vez que
é a responsável pela transferência das tensões de tração não absorvidas pelo concreto para as
barras da armadura, garantindo assim o perfeito funcionamento conjunto dos dois materiais.
Coeficiente de dilatação térmica do aço e do concreto são praticamente iguais – esta
propriedade garante que para variações normais de temperatura, excetuada a situação
extrema de incêndio, não haverá acréscimo de tensão capaz de comprometer a perfeita
aderência aço-concreto.
Proteção da armadura contra a corrosão – Esta proteção que está intimamente relacionada
com a durabilidade do concreto armado acontece de duas formas distintas: a proteção física
e a proteção química. A primeira é garantida quando se atende os requisitos de cobrimento
mínimo preconizado pela NBR 6118(2003) que protege de forma direta as armaduras das
intempéries. A proteção química ocorre devido a presença da cal no processo químico de
produção do concreto, que envolve a barra de aço dentro do concreto, criando uma camada
passivadora cujo ph se situa acima de 13, criando condições inibidoras da corrosão.
1.3.7 - Dimensionamento do concreto
Quando se calcula uma peça de concreto armado, imagina-se aço e concreto trabalhando juntos, como
um conjunto monolítico. Caso não ocorra tal situação a referida peça não resistirá aos esforços previstos.
Assim, algumas providencias devem ser tomadas na execução de uma estrutura de concreto armado de
modo a garantir: aderência entre o concreto e aço e proteção das armaduras quanto à oxidação. Além
disso, o coeficiente de dilatação do concreto e do aço devem ser aproximadamente iguais.
Para dimensionar uma peça é necessário que se conheça o conjunto de ações que a carga
desenvolve em cada elemento infinitesimal das seções da mesma (esforços totais). Assim, em uma
peça sujeita a flexão simples atuam momento fletor e esforço cortante. Conhecendo-se esses
esforços e distribuindo-se os mesmos pela área da seção, passa-se a conhecer a tensão na peça, que
é o esforço por unidade de área de uma seção da peça. Deve-se buscar a tensão máxima que atua na
peça, através dos maiores esforços solicitantes.
O meio mais prático de pesquisar o maior momento fletor e o maior esforço cortante em uma peça
sujeita a flexão simples é traçar o diagrama de momentos fletores e o diagrama de esforços cortantes.
O concreto e o aço devem ser dimensionados para resistir aos maiores esforços da peça, pois a eles
resistindo, resistirão a quaisquer outros menores.
As seções de concreto e de aço a serem adotadas dependerão também da resistência característica
das mesmas.
A resistência característica do concreto á compressão (f
ck
) é adotada no cálculo e garantida através
de uma dosagem experimental. Sua verificação é feita através de ensaios de corpos de prova á
compressão.
O aço é fabricado com algumas resistências características padronizadas. Escolhe-se a resistência
(ou as resistências) característica de projeto (f
yk
) e comprova-se a mesma através de ensaios de tração
das barras.
Os aços carbonos são ligas de ferro em que o elemento, predominante de liga é o carbono.
A norma brasileira que regulamenta as barras e fios de aço para armaduras de concreto armado é
a NBR-7480. Segundo a NBR-7480, as bitolas das armaduras para concreto armado são expressas em
mm e com relação à sua forma, podem ser de dois tipos: barras e fios.
a) Barras - produtos obtidos por laminação a quente ou por laminação a quente e encruamento
a frio, de seção circular simples ou com deformações superficiais para melhorar sua aderência
ao concreto, de bitola 5.0mm ou superior.
São comercializadas com comprimento de 11 a 12 m podendo-se adquirir barras de
comprimento de 18 a 20 m fabricadas sob encomenda,
b) Fios - produtos obtidos por trefilação ou por processo equivalente (ex. estiramento), com
bitola menor ou igual a 12 mm. O processo de trefilação consiste em puxar o aço sucessivas
vezes através de fieiras, reduzindo cada vez mais o seu diâmetro. Os fios têm normalmente a,
superfície lisa, mas podem receber deformações superficiais em operação suplementar.