Capítulo 1

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O homem busca melhor qualidade de vida, desde a pré-história, fundamentalmente através de 

uma maior disponibilidade de bens de consumo, o que implica em maior produção. A produção 
precisa ser processada, transformando a matéria-prima em produtos acabados, e a energia possibilita 
esse processo. Os produtos acabados precisam ser transportados, conservados e comercializados e, 
mais uma vez, a energia se faz necessária.

Muitas maneiras de transformar a energia foram sendo criadas pelo ser humano, diversas 

tecnologias energéticas foram consolidadas para que fossem melhor aproveitadas para o benefício 
da humanidade. Entretanto, hoje em dia uma grande parte da população mundial carece de uma vida 
mais digna e sobrevive isolada do mundo, sem condições decentes de saúde, higiene, lazer, educação 
e cidadania, em grande parte porque não dispõe de energia para satisfazer suas necessidades básicas.

No Brasil, com suas dimensões continentais, política energética de fontes renováveis não 

convencionais ainda carecendo de incentivos mais firmes e constantes, distribuição de renda desigual, 
e com uma população vivendo nos mais diversos climas e regiões – campos, cidades, ilhas, semiárido, 
alagados, etc. – os benefícios da disponibilidade de energia não chegam a todos os brasileiros. Hoje, 
com a adoção de programas como o Luz Para Todos e o PROINFA, busca-se diminuir esta desigualdade.

A escolha da forma de energia ou dos mecanismos para processá-la não é única e depende de 

diversos fatores como: cultura do povo, disponibilidade de recursos energéticos, custo de implantação, 
operação e manutenção, viabilidade técnica, etc. A produção, armazenamento e utilização da energia 
pode ser feita através do uso de recursos naturais renováveis ou não-renováveis, com maior ou menor 
impacto no meio ambiente, com custos bastante diferenciados, com emprego imediato ou posterior, 
e com maior ou menor benefício ao homem. As energias química, nuclear, térmica, mecânica, 
potencial e elétrica são algumas das formas conhecidas de utilização da energia. A energia elétrica, 
por sua característica funcional e não poluente (pelo menos no que concerne ao seu uso final) é a 
mais difundida no mundo.

O Brasil, grande produtor de energia elétrica através de suas hidrelétricas, não consegue atender 

todos os seus habitantes e indústrias apenas com esse recurso, quer por insuficiência na produção, 
deficiências nos sistemas de transmissão e distribuição, questões geográficas, ou mesmo pelo elevado 
custo da energia. Em função dessa realidade, outras alternativas de produção estão sendo, ainda que 
timidamente, incorporadas à matriz energética brasileira. Além do já consagrado uso de termelétricas 
e grupos geradores a diesel, fontes alternativas e renováveis procuram ocupar seu espaço no mercado 
e na sociedade. As energias eólica e solar fotovoltaica destacam-se dentre elas, pois o Brasil possui as 
condições básicas, sol e vento, adequadas ao atendimento das demandas de várias regiões.

1.2.2 - Tipos e Fontes de Energia

Fontes de energia são substâncias e meios que permitem produzir energia útil diretamente ou por 

transformação. Podem ser dos tipos renováveis (natural ou artificialmente) e não renováveis.

Entre as renováveis naturalmente estão os rios, a radiação solar e os ventos; entre as renováveis 

artificialmente podem ser citados o reflorestamento e os resíduos em geral; e entre as não renováveis, 
o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio.

Algumas das fontes energéticas mais conhecidas para a geração de energia elétrica são a solar, a 

eólica, a térmica, a química, a hidráulica e a nuclear.

A energia solar na Terra decorre da incidência dos raios solares na forma de luz e calor e é, na realidade, a 

origem de todas as outras formas de energia conhecidas. Seu aproveitamento estende-se desde a secagem 
de produtos até os mais modernos coletores solares planos e parabólicos e os painéis fotovoltaicos.

A energia eólica decorre do movimento dos ventos e tem sido aproveitada há séculos em 

embarcações à vela, moinhos de vento e cata-ventos para bombeamento de água. Modernamente, 
essa forma de energia tem sido utilizada através dos aerogeradores, ou turbinas eólicas, que 
convertem a energia eólica em energia elétrica.

A energia térmica manifesta-se sob forma de calor, podendo ser armazenada em determinados 

sistemas, sendo que quanto mais quente estiver um corpo, maior a energia armazenada. Os exemplos 
de utilização dessa forma de energia vão desde corriqueiras aplicações domésticas, como o ferro de 
engomar e os aquecedores, até os fornos de alta temperatura utilizados na indústria e as centrais 
termelétricas, que utilizam geralmente o óleo diesel como combustível.

A energia química é liberada durante uma reação química. Alguns exemplos são a queima do 

carvão, da gasolina e de óleos combustíveis, e as pilhas e baterias elétricas.