Capítulo 1

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1.2.2 - Definição e objeto de estudo 

O estudo da ética dentro da filosofia, pode-se dividir em sub-ramos, após o advento da filosofia 

analítica no séc XX, em contraste com a filosofia continental ou com a tradição filosófica. Estas 
subdivisões são: 

Metaética, sobre a teoria da significação e da referência dos termos e proposições morais e 
como seus valores de verdade podem ser determinados 
Ética normativa, sobre os meios práticos de se determinar as ações morais 
Ética aplicada, sobre como a moral é aplicada em situações específicas 
Ética descritiva, também conhecido como ética comparativa, é o estudo das visões, descrições 
e crenças que se tem acerca da moral 
Ética Moral, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no 
âmbito coletivo como no âmbito individual. 

Termo 

Em seu sentido mais abrangente, o termo “ética” implicaria um exame dos hábitos da espécie 

humana e do seu caráter em geral, e envolveria até mesmo uma descrição ou história dos hábitos 
humanos em sociedades específicas e em diferentes épocas. Um campo de estudos assim seria 
obviamente muito vasto para poder ser investigado por qualquer ciência ou filosofia particular. Além 
disso, porções desse campo já são ocupadas pela história, pela antropologia e por algumas ciências 
naturais particulares (como, por exemplo, a fisiologia, a anatomia e a biologia),se considerarmos que 
o pensamento e a realização artística são hábitos humanos normais e elementos de seu caráter. No 
entanto, a ética, propriamente dita, restringe-se ao campo particular do caráter e da conduta humana 
à medida que esses estão relacionados a certos princípios – comumente chamados de “princípios 
morais”. As pessoas geralmente caracterizam a própria conduta e a de outras pessoas empregando 
adjetivos como “bom”, “mau”, “certo” e “errado”. A ética investiga justamente o significado e escopo 
desses adjetivos tanto em relação à conduta humana como em seu sentido fundamental e absoluto. 

Ética sofistica 

Embora Sócrates tenha sido o primeiro a chegar a uma concepção adequada dos problemas 

da conduta, a ideia geral não surgiu com ele. A reação natural contra o dogmatismo metafísico e 
ético dos antigos pensadores havia alcançado o seu clímax com os sofistas. Górgias e Protágoras são 
apenas dois representantes do que, na verdade, foi uma tendência universal a abandonar a teorização 
dogmática e estritamente ontológica e a se refugiar nas questões práticas – especialmente, como era 
natural na cidade-estado grega, nas relações cívicas do cidadão. 

A educação oferecida pelos sofistas não tinha por objetivo nenhuma teoria geral da vida, mas 

propunha-se ensinar a arte de lidar com os assuntos mundanos e administrar negócios públicos. 
Em seu encômio às virtudes do cidadão, apontaram o caráter prudencial da justiça como meio 
de obter prazer e evitar a dor. Na concepção grega de sociedade, a vida do cidadão livre consistia 
principalmente em suas funções públicas, e, portanto, as declarações pseudoéticas dos sofistas 
satisfaziam as expectativas da época. Não se considerava a 

 (virtude ou excelência) como uma 

qualidade única, dotada de valor intrínseco, mas como virtude do cidadão, assim como tocar bem a 
flauta era a virtude do tocador de flauta. Percebe-se aqui, assim como em outras atividades da época, 
a determinação de adquirir conhecimento técnico e de aplicá-lo diretamente a assuntos práticos; 
assim como a música estava sendo enriquecida por novos conhecimentos técnicos, a arquitetura 
por teorias modernas de planejamento e réguas T (ver Hipódamo), o comando de soldados pelas 
novas técnicas da “tática” e dos “hoplitas”, do mesmo modo a cidadania deve ser analisada como 
inovação, sistematizada e adaptada conforme exigências modernas. Os sofistas estudaram esses 
temas superficialmente, é certo, mas abordaram-nos de maneira abrangente, e não é de se estranhar 
que tenham lançado mão dos métodos que se mostraram bem-sucedidos na retórica e tenham-nos 
aplicado à “ciência e arte” das virtudes cívicas. 

O Protágoras de Platão alega, não sem razão, que ao ensinar a virtude eles simplesmente faziam 

sistematicamente o que todos os outros faziam de modo caótico. Mas no verdadeiro sentido da 
palavra, os sofistas não dispunham de um sistema ético, nem fizeram contribuições substanciais, salvo 
por um contraste com a especulação ética. Simplesmente analisaram as fórmulas convencionais, de 
maneira bem semelhante a de certos moralistas (assim chamados) “científicos”.