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Introdução à Ética
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IDADE MÉDIA
O longo período que se estende entre o século IV e o século XV, é marcado pelo predomínio
absoluto da moral cristã. Deus é identificado com o Bem, Justiça e Verdade. É o modelo que todos os
homens deviam procurar seguir. Neste contexto dificilmente se concebe a existência de teorias éticas
autônomas da doutrina da Igreja Cristã, dado que todas elas de uma forma ou outra teriam que estar
de concordo com os seus princípios.
Santo Agostinho (354-430). Fundamentou a moral cristã, com elementos filosóficos da filosofia
clássica. O objetivo da moral é ajudar os seres humanos a serem felizes, mas a felicidade suprema
consiste num encontro amoroso do homem com Deus. Só através pela graça de Deus podemos ser
verdadeiramente felizes.
St. Tomás Aquino (1225-1274). No essencial concorda com Santo Agostinho, mas procura
fundamentar a ética tendo em conta as questões colocadas na antiguidade clássica por Aristóteles.
IDADE MODERNA
Entre os séculos XVI e XVIII, a sociedade Européia é varrida por profundas mudanças que alteram
completamente as concepções anteriores. Vejamos as mudanças que ajudaram a definir teorias éticas
da época:
Renascimento. Na Itália a partir do século XIV desenvolve-se um movimento filosófico e artístico
que retoma explicitamente idéias da Antiguidade Clássica. O homem ocupa nestas idéias o lugar
central (antropocentrismo). Este movimento acaba por ser difundir por toda a Europa a partir do
século XVI.
Descobertas Geográficas. A aventura iniciada em 1415 pelos portugueses, teve um profundo
impacto na sociedade européia. Em conseqüência destas descobertas as concepções sobre a Terra e
o Universo tiveram que ser alteradas. A terra, o Sol, mas também o Homem perderam neste processo
a sua importância e significado. As descobertas revelaram igualmente a existência de outros povos,
culturas, religiões até aí desconhecidas. A realidade tornou-se muitíssima mais complexa e plural.
Divisões na Igreja. O século XVI é marcado por diversos movimentos de ruptura no cristianismo,
que provocam o aparecimento de novas igrejas, cada uma reclamando para si a interpretação mais
correta da palavra divina. Não admira que este período seja marcado numerosos e sangrentos
conflitos religiosos. O resultado global foi o aumento da descrença, o desenvolvimento do ateísmo.
Ciência Moderna. O grande critério do conhecimento deixa de ser a tradição, a autoridade e passa
a ser a experiência. Fato que coloca radicalmente em causa crenças milenares.
É o resultado destes e muitos outros fatores, que assistimos ao longo de toda a Idade Moderna ao
desenvolvimento do Individualismo e a afirmação da razão humana. O grande sinal desta mudança
foi a multiplicação das teorias éticas, muitas das quais em contradição com os fundamentos do
próprio cristianismo.
Vejamos:
Descartes (1596-1650). Este filósofo simboliza toda a fé que a Idade Moderna depositava na razão
humana. Só ela nos permitiria construir um conhecimento absoluto. Em termos morais mostrou-se,
todavia, muito cauteloso. Neste caso reconheceu que seria impossível estabelecer princípios seguros
para a ação humana. Limitou-se a recomendar uma moral provisória de tendência estóica: o seu
único princípio ético consistia em seguir as normas e os costumes morais que visse a maioria seguir,
evitando deste modo rupturas ou conflitos.
Figura 1.3 - René Descartes (1596 - 1650)
Figura 1.1 -
Santo
Agostinho (354-430).
Figura 1.2 -
St. Tomás
Aquino (1225-1274)