Capítulo 1
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Em 1800, Alessandro Volta (italiano, 1745 -1827) acabou por fazer duas das maiores descobertas
de todos os tempos: a existência da corrente elétrica e a maneira de produzi-la, isto é, a pilha elétrica.
Em 1887, J. J. Thomson (inglês, 1856 - 1940) comprovou definitivamente a existência dos elétrons,
base da eletricidade moderna. Estava provado que o átomo não era indivisível (até então dominava a
doutrina chamada atomismo que derivava do tempo do filósofo grego Demócrito, 460 a 352 a.C., que
pregava que a matéria era formada por partículas não divisíveis, daí o nome átomo que, em grego,
significa não divisível).
Thomson propôs um modelo de átomo onde os elétrons, carregados negativamente, estariam
localizados no interior de uma distribuição contínua de carga positiva de formato esférico.
Figura 1.0
Quando Thomson iniciou sua pesquisa, só pretendia explicar um mistério científico da época
conhecido pelo nome de raios catódicos. Esse enigma aparecia como uma estranha luz verde que
emanava de um tubo de vidro onde havia sido feito vácuo. Bastava ligar a engenhoca a uma bateria
para produzir o brilho. O que o cientista fez foi imaginar que a bateria empurrava minúsculas partículas
para o interior do aparelho. Como elas se chocavam contra a parede de vidro, a força da colisão gerava
luz. Conhecendo a carga da bateria, Thomson calculou a trajetória que ela imprimiria aos projéteis se
sua hipótese estivesse certa. Depois, confirmou suas contas pela experiência. Começava ali o século
do elétron, o mais minúsculo benfeitor da humanidade.
Figura 1.1 - A Fonte do Mistério.
A curiosidade do cientista foi atiçada pelo brilho verde que saía deste aparelho, a bomba de vácuo.
Embora esse modelo explicasse diversos fenômenos até então observados, conflitava com os
resultados de experimentos em relação à emissão de radiação por átomos excitados. Em 1911, um
ex-aluno de Thomson, Ernest Rutherford (neozelandês, 1871 - 1937) demonstrou de forma conclusiva
a inadequação do modelo atômico da esfera rígida proposto por Thomson.
A análise de Rutherford mostrou que, em vez de estar espalhada por todo o átomo, a carga positiva
estava concentrada em uma região muito pequena no centro do átomo (núcleo). Ao redor desse
núcleo positivo estariam girando as cargas negativas. Esse modelo, por motivos óbvios, conforme se
observa na Figura 1.2, é conhecido como modelo planetário.
Figura 1.2 - Modelo atômico de Rutherford.