9
Introdução a Ergonomia
R
E
G -
5
6
6
.1
3
3
- C
O
PY
R
IG
H
T - B
0
0
1
1.3 - Ergonomia no Brasil
A ergonomia no Brasil começou a ser evocada na USP, nos anos 60 pelo Prof. Sergio Penna Khel,
que encorajou Itiro Iida a desenvolver a primeira tese brasileira em Ergonomia, a Ergonomia do
Manejo. Também na USP, Ribeirão Preto, Paul Stephaneek introduzia o tema na Psicologia.
Nesta época, no Rio de Janeiro, o Prof. Alberto Mibielli de Carvalho apresentava Ergonomia aos
estudantes de Medicina das duas faculdades mais importantes do Rio, a Nacional (UFRJ) e a ciências
Médicas (UEG, depois UERJ); O Prof. Franco Seminário falava desta disciplina, com seu refinado estilo,
aos estudantes de Psicologia da UFRJ.
O maior impulso se deu na COPPE, no início dos anos 70, com a vinda do Prof. Itiro Iida para o
Programa de Engenharia de Produção, com escala na ESDI/RJ. Além dos cursos de mestrado e
graduação, Itiro organizou com Collin Palmer um curso que deu origem ao primeiro livro editado em
português.
1.4 - Fases da Ergonomia
Primeira Fase da Ergonomia, referente às dimensões de objetos, ferramentas, painéis de controle
dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se
mais ao redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e
visual aos trabalhadores.
Segunda Fase, a Ergonomia passa a ampliar sua área de atuação, confundindo-se com outras
ciências, eis que fazendo uso destas. Assim, passa o Ergonomista a projetar postos de trabalho que
isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído,
etc.), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, particulado sólido, etc.). O que se
percebe é uma abrangência maior do Ergonomista nesta fase, adequando o ambiente e as dimensões
do trabalho ao homem.
Terceira Fase, à época da década de 80, a Ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais
relacionado com o processo COGNITIVO do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de
transmissão de informações mais adequadas às capacidades mentais do homem, muito comuns junto
à informática e ao controle automático de processos industriais, através de SDCD’s (Sistema Digital de
Controle de Dados). Tal fase intensificou sua atuação mais na região da Europa, disseminando-se a
seguir pelo resto do mundo.
Por fim, na atualidade, pesquisas mais recentes estão se desenvolvendo em relação à
PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO e na ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO. Especificamente a Escola
Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem divulgando pelo mundo, inclusive no
Brasil.
A primeira estuda as reações PSICOSSOMÁTICAS dos trabalhadores e seu sofrimento frente à
situações problemáticas da rotina do trabalho, principalmente levando em consideração que muitas
destas situações não são previstas pela empresa, e muito menos aceitas por estas.
Análise Coletiva do
Trabalho estabele-
ceu um importante
diálogo entre o Er-
gonomista e grupos
de trabalhadores,
que passam a expli-
car livremente suas
críticas, idéias e su-
gestões relacionadas
aos problemas que
os fazem sofrer em
seu trabalho, sem so-
frer pressões por par-
te das chefias, o que é
essencial.