7

Introdução

R

E

G - 

5

4

9

.5

31

 - C

O

PY

R

IG

H

T - B

0

0

1

Wearing e Neil (2001), afirmam que o ecoturismo envolve quatro elementos fundamentais, 

1 noções de movimento ou viagem (a área deve ser o mais natural possível); 2) baseia-se na 
natureza; 3) induz à conservação; 4) tem papel educativo. Esses fundamentos priorizam a idéia 
de mitigar impactos ao meio ambiente e conscientização ambiental. Os princípios básicos que 
esses autores colocam são vários, tais como estimular a compreensão dos impactos do Turismo 
sobre o meio natural, cultural e humano. Entretanto o que se pode destacar é a busca por tomada 
de decisões planejadas em todos os segmentos da sociedade, inclusive com o envolvimento das 
populações locais, de modo que o Turismo e outros usuários dos recursos naturais e culturais 
possam utiliza-los considerando que eles têm uma finitude.

Em se tratando de ecoturismo, Ruschmann considera como sendo estruturais para o 

desenvolvimento sustentável dos recursos ou localidades turísticas, as seguintes medidas, “[...] 
determinar restrições de acesso e 

desenvolvimento; impor cotas ou custos extras que limitem a 

instalação de equipamentos receptivos; delegar poder de decisão às autoridades competentes, 
responsabilizando-as [...] pelas decisões que envolvem o desenvolvimento” (1994, p. 35). Essas 
medidas colocadas por Ruschmann, Buscam dar uma base para se formar um desenvolvimento 
sério do ecoturismo, pois somente através de critérios técnicos - científicos não surgirão planos de 
desenvolvimento, como ocorreu na década de 60 do século passado na Amazônia, impostos pelo 
Governo Federal e portanto sem o envolvimento das comunidades.

O ecoturismo pode ser caracterizado também como sendo um meio para o aumento da 

compreensão dos valores ambientais. Isto devido à mudança do modo como a natureza é vista 
pela sociedade. Para se alcançar um equilíbrio entre ser humano e natureza, é preciso verificar 
a sustentabilidade, a conservação e o fortalecimento da comunidade receptora de atuação do 
ecoturismo. Esses seriam alguns princípios básicos a se seguir.

A demanda de Turismo para áreas naturais e selvagens é grande, e continua a crescer, porém, 

os empresários que exploram a atividade do Turismo nessas áreas, não se preocupam em incluir no 
planejamento das atividades, a comunidade local. O ideal seria que as comunidades dos locais explorados, 
tivessem participação efetiva do desenvolvimento da atividade. Isso devido na maioria das vezes, haver o 
perigo da imposição cultural dos turistas que irão freqüentar o local das atividades turísticas.

Para se buscar uma nova abordagem da atividade turística, o ecoturismo é de fundamental 

importância, já que oferece um meio alternativo às práticas operacionais do Turismo. O ecoturismo 
não será uma nova “indústria” praticada na natureza, mas sim uma forma de dar vivência ao indivíduo 
ou grupo, afetando suas atitudes, valores e ações nesse ambiente. Com isso, pretende-se conduzir as 
pessoas a manterem os ambientes naturais e fortalecer as comunidades receptoras, objetivando a 
sustentabilidade e conservação de ambos.

Contudo, apesar do ecoturismo ser uma ferramenta a favor do desenvolvimento sustentável, 

algumas comunidades não têm obtido os benefícios esperados, pois o objetivo colocado em prática 
tem sido o lucro imediato e não o desenvolvimento através dos princípios defendidos pelo ecoturismo. 
Esse problema ocorre não apenas com empresários, mas também com governos de países que vêem 
no ecoturismo uma solução para os problemas de desenvolvimento, ou seja, usam-no para suprir a 
falta de empregos e conseguir capital para infra-estrutura. Dessa forma, se faz necessário elaborar 
novas estratégias de gestão, para separar o ecoturismo do turismo de massa, pois esta é a visão que 
alguns países têm sobre o mesmo, não observando a participação da comunidade local nesses planos.

Sobre esta questão Neiman critica o ecoturismo, pois “de nada adianta fazer ecoturismo [...] se não 

há estudos de capacidade de suporte [...] infra-estrutura adequada e não - impactante, [...] normas 
que regulamentem e excluam empresas especializadas [...]” (2002, p. 178). Assim, entende-se que é 
preciso cumprir várias etapas antes de se ter o ecoturismo funcionando de maneira correta e como 
alternativa do desenvolvimento sustentável, pois os elementos colocados pelo autor, ainda não estão 
vigorando e talvez demore de acontecer, assim o ecoturismo não irá se desenvolver, pois enquanto 
esses dilemas prevalecerem tudo permanecerá igual. Para alcançar todos os aspectos levantados por 
Neiman, é preciso iniciar estratégias de planejamento para poder alcançá-los. 

Pode-se perceber que o desenvolvimento sustentável é o tipo de desenvolvimento que pode se 

buscar no ecoturismo, pois são conceitos correlatos, visto que a definição e o fim de ambos estão 
interligados, propiciando desde então mecanismos para o desenvolvimento das comunidades. Esses 
mecanismos seriam as estratégias e planos elaborados pelos empresários e governos, baseados na 
sustentabilidade e conservação utilizados no ecoturismo, que tem por objetivo a participação das 
comunidades locais nesse processo, causando assim o desenvolvimento sustentável para todos os 
envolvidos.