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Introdução
O mundo vê hoje o ecoturismo como uma forma de se alcançar altos lucros. Entretanto, tal
concepção gera preocupação de não se ter a sustentabilidade tanto cultural, social, natural e
econômica do local onde se vai desenvolver a atividade. Pois sem um planejamento adequado,
às conseqüências serão impactos negativos para a comunidade receptora e para o ecossistema
local. A atividade ecoturística, deve levar em consideração um planejamento adequado para o
local, que contribuirá para a diminuição dos impactos ambientais causados na fauna e flora.
Os conceitos de ecoturismo X Desenvolvimento sustentável
O termo “ecoturismo” teve sua origem na década de 60 do século passado, pois foi usado
para “explicar o intricado relacionamento entre turistas e o meio ambiente e culturas nos
quais eles interagem” (HETZER, 1965 apud FENNELL, 2002, p. 42). Hetzer ainda identificou
quatro características fundamentais a serem seguidas pelo ecoturismo, são elas: “(1) impacto
ambiental mínimo; (2) impacto mínimo às culturas anfitriãs; (3) máximos benefícios econômicos
para as comunidades do país anfitrião; e (4) satisfação “recreacional” máxima para os turistas
participantes” (apud FENNELL, 2002, p.42). Com isso, o conceito de ecoturismo se desenvolveu,
pois as sociedades passaram a se preocupar com os impactos negativos que praticavam ao meio
ambiente, colocando em discussão novas formas de se praticar uma forma mais responsável de
Turismo, por exemplo, o turismo relacionado ao meio ambiente e culturas de uma sociedade.
Após a publicação do Relatório de Brundtland em 1987, que teve como finalidades fazer um
balanço do desenvolvimento econômico em nível mundial, destacar as principais conseqüências
sócio-ambientais desse modelo de desenvolvimento, e propor algumas estratégias ambientais de
longo prazo visando um desenvolvimento sustentável (CMMAD, 1991 apud SOUZA, 1994), o mundo
tem buscado novas alternativas de enfatizar o desenvolvimento sustentável, pois tanto sua teoria
quanto sua prática ainda estão em processo nas várias áreas do conhecimento. No Turismo umas
das alternativas de desenvolvimento sustentável têm sido buscadas através do ecoturismo. Segundo
Wearing e Neil, o ecoturismo surgiu, “[...] para oferecer uma opção de desenvolvimento sustentável a
[...] comunidades [...], proporcionando um incentivo para conservar e administrar as regiões naturais
[...] pode ser uma alternativa à extração voraz de recursos florestais [...]” (2001, p. VII - VIII).
Os autores caracterizam o ecoturismo como sendo a resposta aos problemas causados pela
falta de um desenvolvimento sustentável, mostrando assim ser a alternativa possível. Isto porque
os autores consideram que o ecoturismo pode vir a diminuir a exploração dos recursos florestais,
gerar lucro e receita para administrar as áreas de proteção, e dessa forma, efetivar o discurso do
desenvolvimento sustentável.
Para Lindberg e Hawkins ecoturismo, “é satisfazer o desejo que temos de estar em contato
com a natureza, é explorar potencial turístico visando à conservação e desenvolvimento, é evitar
o impacto negativo sobre a ecologia, a cultura e a estética” (1999, p. 18). Os autores tentam
explicar que o contato do ser humano com a natureza, causa impactos de várias formas e por
isso o ecoturismo deve centralizar seus esforços na conservação e desenvolvimento do meio
ambiente. Mas é claro que alcançar esse objetivo não é fácil, pois o impacto negativo provocado
pela exploração turística pode, por exemplo, extinguir algumas espécies de animais silvestres.
Mas para Molina o autêntico ecoturismo, “não é um produto a mais no mercado [...] sim [...] um
turismo de nova geração, regido por um conjunto de condições que superam a prática do turismo
convencional de massas” (2001, p. 160). O autor destaca que o ecoturismo é uma nova concepção de
Turismo que supera as práticas convencionais, considerando-o como novo, devido às características
que apresenta de conservação e educacional. Isto não quer dizer que o mesmo deixe de precisar
dos serviços básicos existentes no Turismo de massas. Entretanto, tais serviços devem ter funções
diferentes, ou seja, um planejamento que esteja adequado às condições da realidade local.