Capítulo 2

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O Turismo Étnico envolve particularmente as comunidades indígenas, mas relaciona-se também 

com as comunidades quilombolas e com as nacionalidades reconstruídas no Brasil (tais  como os 
italianos, ou os alemães no sul do país). 

2.3 - Três Grandes Eixos Temáticos Sustentam o Conceito 

Brasileiro de Ecoturismo

Sustentabilidade 

Se o ecoturismo não for planejado corretamente, o seu desenvolvimento está fadado ao fracasso 

econômico e à degradação social e ambiental. Isto se dá porque as bases que sustentam os negócios 
são os ambientes natural e cultural, na forma de recursos atrativos. Se esta base de recursos não 
permanecer conservada, não haverá mais o interesse da visitação. A sustentabilidade envolve, 
portanto, a criteriosa utilização destes recursos, principalmente em parques e reservas. Metodologias 
e estratégias devem ser buscadas para se diagnosticar todas as atividades econômicas locais, visando 
a sua diversificação para a melhor geração de renda e emprego, com a devida manutenção do 
equilíbrio ambiental.

Educação do visitante 

O turismo deve ser sempre informativo e educacional. Além disso, o ecoturismo proporciona 

ao visitante a compreensão e a consciência da importância de se preservar a natureza, a história e 
a cultura dos lugares de visitação. A prática da educação ambiental no ecoturismo contribui para 
que o visitante tenha a possibilidade de transformar e renovar seu comportamento cotidiano. 
A realidade urbana com a qual o turista convive rotineiramente passa a ser questionada gerando 
reflexões sobre poluição, manutenção de áreas verdes, destinação e reciclagem de lixo e qualidade 
de vida. Objetiva-se, assim, a incorporação e tradução destas reflexões na forma de comportamento 
e posturas no seu ambiente de origem.

Envolvimento e benefícios às comunidades locais 

O desenvolvimento sócio-econômico sustentável de uma região deve ser o objetivo maior do 

turismo. E isto somente será atingido se houver investimentos na capacidade da comunidade em 
se preparar para recebê-lo. O envolvimento da comunidade deve ser desde a fase de planejamento, 
participando e auxiliando na tomada de decisões sobre que tipo de ecoturismo deve ser desenvolvido 
e quais as suas necessidades e expectativas. Os benefícios para a comunidade somente virão com 
investimentos na economia local, na infra-estrutura básica (saneamento, educação e saúde) e o seu 
efetivo envolvimento na capacitação profissional para o turismo.

 Segundo Martha Honey (1999) o “Ecoturismo compreende viajar a áreas frágeis, normalmente 

protegidas, que ainda estão em estado integral de conservação e busca causar baixo impacto e 
preferencialmente se manter em pequena escala. Ajuda a educar o viajante; propicia fundos para 
a conservação; beneficia diretamente o desenvolvimento econômico e “empodera” politicamente 
comunidades locais; além de promover o respeito às diferentes culturas e aos dereitos humanos.” 
(Honey, 1999:25) Segundo a autora, o verdadeiro ecoturismo possui as seguintes sete características: 

1 - 

Envolve viagens a destinos de natureza. Estes destinos são freqüentemente áreas remotas, 

habitadas ou não, e que normalmente estão sob algum tipo de proteção ambiental, seja 
nacional, internacional ou privada. 

2 - 

Minimização do Impacto. O turismo causa danos. O ecoturismo se esforça para minimizar os 

efeitos adversos dos locais de hospedagem, trilhas e demais infraestruturas, seja pela utilização 
da reciclagem de materiais encontrados in-loco, pela reciclagem e manuseamento seguro do 
lixo ou pela utilização de recursos energéticos renováveis. A minimização do impacto requer 
também que o numero de turistas e seu comportamento seja controlado a fim de limitar os 
danos ao meio ambiente. O ecoturismo é geralmente classificado como uma industria não 
extrativa e não consumista, mas pode, entretanto incluir empreendimentos como o programa 
de Safári e Caça CAMPFIRE no Zimbábue, basta que estes sejam industrias sustentáveis 
baseados em recursos renováveis.