Capítulo 1

12

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O início do declínio da perspectiva contracionista coincidiu com um período de controvérsia entre 

a geologia e a biologia. Os biólogos, fortemente influenciados pelo advento da Seleção Natural de 
Darwin, defendiam que uma ligação entre os continentes era fundamental para explicar a evolução 
das diversas formas de vida, surgindo a “teoria das pontes continentais”, apoiada na constatação 
inequívoca da existência de afinidades relativas a fósseis de animais e plantas entra África e América 
do Sul, a Europa e a América do Norte e Madagascar e a Índia. Os atuais continentes teriam estado 
ligados entre si por grandes massas terrestres, as chamadas pontes continentais, que desapareceram 
por imersão. Esta teoria considerava que numa massa terrestre equivalente ao tamanho de um 
continente podia tornar-se um mar, ou seja, defendia a movimentação vertical de determinados 
segmentos da crosta terrestre em vez do deslocamento horizontal. Esta teoria respondia aos dados 
da evidência paleontológica, mas não explicava a origem dos movimentos verticais que seriam 
responsáveis pelas grandes massas atualmente desaparecidas.

Em 1910, Taylor elaborou uma ousada explicação que, apesar de equivocada na sua formulação, 

deu o primeiro passo para a construção da futura teoria. Taylorf postulava que os continentes 
deslocavam-se das altas para as baixas latitudes pela ação das forças provocadas pelo movimento de 
rotação da Terra.

Entretanto, somente em 1912 é que a idéia da movimentação dos continentes foi seriamente 

considerada como uma teoria científica, denominada de “Teoria da Deriva dos Continentes”, 
escrita em dois artigos publicados pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener. Wegener 
argumentava que, há cerca de 200 milhões de anos (durante o Triássico, quando a Terra era habitada 
por dinossauros), havia um supercontinente, que ele denominou de “Pangea”, onde todas as massas 
continentais existentes estavam concentradas e que começou a fraturar-se. Wegener deduziu que 
era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou ter sido transportado 
através de um oceano tão vasto. Para ele, a presença de espécies fósseis idênticas ao longo dos 
litorais de África e América do Sul era a evidência que faltava para demonstrar que, uma vez, os 
dois continentes estiveram ligados. No entanto, somente algumas décadas depois, com o avanço 
da sismologia (ciência que estuda os terremotos e a propagação das ondas sísmicas no interior da 
Terra), conseguiu-se provar que a litosfera deslocava-se sobre a astenosfera e isso era o motivo do 
deslocamento das placas tectônicas.

Figura 1.8

 A localização de certos fósseis de plantas e animais forma padrões bem definidos se os continentes, 

no passado, estivessem agrupados.