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A Evolução Biológica

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O bioquímico Miller em seu laboratório

Em 1957, outro cientista, Fox, deu um passo adiante: aqueceu uma mistura seca de aminoácidos 

e verificou que muitos deles se ligavam, formando moléculas semelhantes às da proteína. Haviam-se 
formado ligações peptídicas por perda de moléculas de água. Nesse caso, Fox estava simulando o 
seguinte aspecto das idéias de Oparin: os aminoácidos trazidos pela chuvas entravam em contato 
com as rochas ainda quentes da superfície. Essa condição poderia ter levado à combinação entre 
aminoácidos, formando-se moléculas semelhantes a proteínas.

Do coacervado ao organismo

Está claro que qualquer ser vivo é muitíssimo mais complexo que um coacervado, simples 

agregado de proteínas e outras moléculas orgânicas. No entanto, após centenas de milhões de anos, 
alguns coacervados podem ter atingido o grau de complexidade desejados. Essa idéia, por motivos 
óbvios, nunca poderá ser comprovada experimentalmente: jamais existirá um laboratório tão grande 
quanto os mares primitivos, além de não haver cientista que disponha de tempo tão longo para 
realizar essa experiência!

Idéias Recentes: Oparin rediscutindo

As condições primitivas foram outras

Acredita-se hoje que a atmosfera primitiva tenha tido uma composição diferente daquela 

proposta por Oparin. O intenso vulcanismo da época teria produzido grandes quantidades de gás 
carbônico (CO

2

) e de vapor de água. Além disso, haveria ainda na atmosfera monóxido de carbono 

(CO), hidrogênio (H

2

) e nitrogênio (N

2

). Não estariam presentes nem o metano (CH

4

) nem a amônia 

(N43).

Mesmo assim, esses novos dados aparentemente não invalidam as idéias de Oparin. Experimentos 

semelhantes ao de Miller foram realizados com vários tipos de misturas gasosas; em todos os casos, 
com a condição de haver uma fonte de carbono e de nitrogênio, além da presença de energia, sempre 
foram obtidas substâncias orgânicas, como aminoácidos, nucleotídeos e até ATP.

Não é fácil aceitar que a vida teria resultado de combinações químicas que ocorreram ao acaso. 

É necessário considerar, porém, que o número de “tentativas químicas” foi extremamente elevado, 
já que se conta com um tempo extremamente longo, da ordem de centenas de milhões de anos. 
Teria sido suficiente que esse acaso “incrível” tivesse ocorrido apenas uma vez: a partir desse ponto, a 
reprodução se encarregaria de povoar rapidamente os mares primitivos. 

1.4 - O Mecanismo Evolutivo

1.4.1 - Pangéia - Sua Contribuição Para Evolução das Espécies

 

»Histórico da Tectônica de Placas

A crença de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais, foi postulada 

pela primeira vez em 1596 pelo cartógrafo holandês Abraham Ortelius, que sugeriu que as Américas 
“foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações”. A idéia de Ortelius 
foi retomada posteriormente por outros cientistas, como Cuvier, Lord Kelvin e Beumont, numa linha 
de pensamento conhecida como “contracionismo”, que admitia uma possível movimentação lateral 
das massas continentais como conseqüência de uma contração da Terra decorrente do processo de 
resfriamento da mesma.

Pelegrini, famoso geógrafo do século XIX, retomou em 1859 as observações de Ortelius, tornando-

se o primeiro cientista a defender a fragmentação e deriva dos continentes vizinhos do Atlântico, 
tomando por base observações de que determinados tipos de fósseis eram encontrados nos dois 
continentes.

Em 1888, Eduard Suess apresentou uma teoria global propondo que os continentes atuais teriam 

origem em um enorme paleocontinente que teria se fragmentado, com os fragmentos resultantes 
afastando-se uns dos outros. Esta teoria baseava-se no pressuposto que o esfriamento gradual e 
contínuo da Terra poderia ter originado movimentos regulares da crosta, os quais em determinados 
momentos da história geológica assumiriam um caráter mais violento em conseqüência da ocorrência 
de fenômenos catastróficos.

Figura 1.7