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Introdução

Em sua evolução, o homem tornou-se a forma dominante de vida na Terra, controlando outras 

espécies e desenvolvendo uma tecnologia que lhe permite alterar o ambiente em que vive.

Em virtude do desenvolvimento obtido, o ser humano, antes apenas um entre os vários organismos 

integrantes da biosfera, assumiu o papel de interventor na natureza, explorando, exaustivamente, os 
recursos naturais e deteriorando a qualidade do meio ambiente. 

O processo realizou-se de maneira predatória, desordenada, sem uma preocupação permanente 

com a escassez dos recursos naturais. Daí a deterioração da qualidade do meio ambiente e, portanto, 
da qualidade de nossa vida na biosfera. 

 

1.1 - A Relação Homem e Meio Ambiente

 Segundo Marx, o objeto geral de trabalho do homem é a terra. O homem deve se comportar 

na natureza como um elemento da natureza. Assim como os demais animais, o homem interfere na 
natureza, mas, diferentemente dos animais, ele pode antecipar suas ações sobre o meio ambiente de 
forma consciente.

O homem vive hoje em uma complexa teia de relações e interações em meio a três sistemas – 

biosfera

1

, a tecnosfera

2

 e a sociosfera

3

. Os dois primeiros compreendem as estruturas material e 

energética; o terceiro, a estrutura institucional.

As comunidades organizam suas vidas sociais e suas relações com a biosfera e a tecnosfera por 

meio de um complexo conjunto de instituições sociopolítico-culturais – a sociosfera.

Até bem poucos anos atrás, os êxitos técnico-científicos levavam a crer que o ambiente artificial, 

criado pelo homem, permitiria abrir mão do ambiente natural. Esse, por sua vez, submeteria-se às 
manipulações humanas. 

Os filmes de ficção científica dos anos 50 confirmam essa crença.

Toda a ação acontecia em cavernas, túneis cavados em rochas, salões com modernos equipamentos, 

foguetes, e, raramente, via-se uma área natural, com árvores e animais. 

O avanço tecnológico é, no entanto, quase sempre unidimensional e compartimentado procura 

resolver problemas específicos sem cogitar os efeitos secundários ou colaterais que as soluções 
adotadas podem acarretar à natureza.

clorofluorcarbono é um bom exemplo de um avanços nocivo. Quando foi descoberto, em 
1929, passou a substituir a amônia como gás de refrigeração e foi considerado maravilhoso na 
época, pois era incolor, insípido, inodoro, não era tóxico nem inflamável – ao contrário da amônia 
– e não reagia com nenhuma outra substância. Por essa última característica, passou a ser usado 
também como gás propelente em sprays. 

 Algumas décadas mais tarde, entretanto, descobrimos que ao atingir a alta atmosfera, a molécula 

de clorofluorcarbono era quebrada pela radiação ultravioleta e liberava um átomo de cloro, que por 
sua vez provocava a destruição catalítica da camada de ozônio — que protege a Terra das radiações 
ultravioleta B. Cada átomo de cloro destrói até cem mil moléculas de ozônio até ser neutralizado.

1 BIOSFERA – Parte da Terra onde a vida é possível, compreendendo a superfície terrestre, a porção inferior da atmosfera e os oceanos. Tem sofrido alterações 

significativas com a intervenção humana.

2 TECNOSFERA - Ambiente artificial resultante da tecnologia utilizada pelo homem para moldar o meio ambiente segundo suas necessidades.

3 SOCIOSFERA - Sistema de instituições sociopolíticas, socioeconômicas e socioculturais que são desenvolvidas pelo homem para gerir as relações dentro da 

comunidade e com os outros sistemas.