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Histórico

Mesmo considerando todos os avanços científicos e tecnológicos produzidos pelo homem através 

dos tempos, é possível, nos dias de hoje, entender a condição de perplexidade de nossos ancestrais, 
no começo dos dias, diante da complexidade do mundo a sua volta. Podemos também intuir de que 
maneira surgiu no homem a necessidade de conhecer o mundo que ele habitava.

O simples deslocamento de um ponto a outro na superfície de nosso planeta, já justifica a 

necessidade de se visualizar de alguma forma as características físicas do “mundo”. É fácil imaginarmos 
alguns dos questionamentos que surgiram nas mentes de nossos ancestrais, por exemplo: como 
orientar nossos deslocamentos? Qual a forma do planeta? Etc.

O conceito de Cartografia tem suas origens intimamente ligadas às inquietações que sempre se 

manifestaram no ser humano, no tocante a conhecer o mundo que ele habita.

O vocábulo CARTOGRAFIA, etmologicamente - descrição de cartas, foi introduzido em 1839, pelo 

segundo Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, 
(1791 - 1856). A despeito de seu significado etmológico, a sua concepção inicial continha a idéia do 
traçado de mapas. No primeiro estágio da evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado 
de mapas, para em seguida, conter a ciência, a técnica e a arte de representar a superfície terrestre.

Em 1949 a Organização das Nações Unidas já reconhecia a importância da Cartografia através da 

seguinte assertiva, lavrada em Atas e Anais:

“CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das ferramentas básicas do 

desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas 
possam ser postas em trabalho.” 

O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, foi estabelecido em 1966 pela 

Associação Cartográfica Internacional (ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo 
ano: “A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e 
artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, 
se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de 
objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização.” 

O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, análise, composição e 

representação de observações, de fatos, fenômenos e dados pertinentes a diversos campos científicos 
associados a superfície terrestre (Figura 1.0).

O mais antigo mapa-múndi conhecido é uma placa de argila de apenas sete centímetros, produzida 

pelos babilônios por volta de 2.300 a.C.. A representação da Terra nada mais era do que um rio, 
provavelmente o Eufrates, cercado por montanhas. Esse é o mapa mais antigo que já foi encontrado, 
mas não impede que outros possam ter sido feitos em alguma data anterior.

As primeiras representações mostravam paisagens conhecidas pelos habitantes locais, assim como 

trilhas e localizações das vilas mais próximas. Entre os egípcios, por volta da mesma época, também 
foram encontrados alguns desenhos pintados em tumbas. Uma outra placa de argila, descoberta no 
Iraque, mostra a Terra como um disco cercado de água, com a Babilônia em seu centro. Sua data é de 
cerca de 1.000 a.C. (Figura 1.1).  

Até então, o desenho de mapas pelos povos antigos tinha uma função principalmente prática: 

marcar fronteiras, indicar as terras férteis, a localização de água e as rotas de comércio. Foi entre os 
gregos que se iniciou a tentativa de descrever, em uma representação, a Terra como um todo. Por 
volta de 500 a.C., Hecateu de Mileto produziu o que é considerado o primeiro livro sobre geografia. 
Nele, há uma representação da Terra como um disco, com a Grécia em seu centro. Mas o maior legado 
à posteridade veio com o geógrafo Claudius Ptolomeu (90-168 d.C.), que produziu um tratado de 
geografia em oito volumes. No último, há uma nova representação do mundo e, pela primeira vez, 
regras para a preparação de mapas-múndi com a forma esférica, mais próximos dos atuais. Depois 
da Idade Média, os mapas foram sendo aperfeiçoados e, com as descobertas feitas pelas grandes 
navegações, passaram a ter outros continentes integrados à representação.

Figura 1.0 

Figura 1.1