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Introdução

A Agroecologia é um conceito em construção que propõe uma agricultura socialmente justa, 

economicamente viável e ecologicamente sustentável. Trabalha um modelo de relacionamento 
com a natureza que estabelece uma ética baseada nos princípios da criação, tendo a justiça e a 
solidariedade como valores fundamentais. Assim, a Agroecologia é relacionada diretamente ao 
conceito de sustentabilidade e justiça social.

Na visão agroecológica, a Terra é considerada um sistema vivo e complexo, e respeita a diversidade 

dos povos, das plantas, animais, microorganismos e minerais, em suas infinitas formas de relações. 
A Agroecologia engloba modernas ramificações e especializações, como: agricultura biodinâmica, 
agricultura ecológica, agricultura natural, agricultura orgânica, sistemas agroflorestais, permacultura 
e outras que contribuem para a construção de outro modelo de desenvolvimento rural.

A Agroecologia não é apenas a aplicação de um conjunto de técnicas menos agressivas ao meio 

ambiente, nem apenas a produção de alimentos mais limpos ou livres de agrotóxicos. A Agroecologia 
também não é sinônimo de agricultura ecológica, agricultura orgânica, agricultura biológica ou de 
qualquer outro estilo de produção que se oponha ao modelo técnico convencional. Mas sim, um 
campo de conhecimentos de caráter multidisciplinar que nos oferece princípios e conceitos ecológicos 
para o manejo e desenho de agroecossistemas sustentáveis, propondo e atuando num processo de 
transição agroecológica que exige a realização de ações capazes de incidir de forma harmônica sobre 
várias dimensões da sustentabilidade: ambiental, econômica, social, cultural, política e ética.

Assim sendo, uma atuação com base nos princípios da Agroecologia exige a construção de 

processos que fortaleçam a organização social dos beneficiários e sua articulação entre si e com os 
consumidores urbanos. Exige, também, um papel diferenciado dos extensionistas, como facilitadores 
e animadores destes processos, e não, simplesmente, como transferidores de “outras” tecnologias.

Além disso, requer habilidades para atuar de forma participativa e educativa, de modo a garantir 

que os atores envolvidos possam influir sobre os rumos dos processos de desenvolvimento rural 
que vierem a eleger como grupo social autônomo. Assim, mais que transferir tecnologias (ainda que 
esta continue sendo uma tarefa importante), a ação extensionista deve contribuir para a realização 
de sínteses entre os conhecimentos científicos e populares que emergem quando se estabelecem 
plataformas de negociações próprias destes processos participativos.

Figura 1.0.

Tabela 1.0