Capítulo 4

14

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4.1.2 - Monocultura

Nas últimas décadas, agricultores voltaram-se de forma crescente para o monocultivo - plantando 

apenas um tipo de cultura em uma área, freqüentemente em escala muito extensa. As monoculturas 
permitem um uso mais eficiente da maquinaria agrícola para preparo de solo, semeadura, controle 
de ervas adventícias e colheita, e podem criar economias de escala em relação à compra de sementes, 
fertilizantes e agrotóxicos. A monocultura é uma excrescência natural de uma abordagem industrial 
da agricultura, em que os insumos de mão-de-obra são minimizados e os insumos baseados em 
tecnologia são maximizados com vistas a aumentar a eficiência produtiva. Em muitas regiões, 
monoculturas para exportação substituíram os policultivos da agricultura tradicional de subsistência. 
As técnicas de monocultivo casam-se bem com outras práticas da agricultura moderna: a monocultura 
tende a favorecer o cultivo intensivo do solo, a aplicação de fertilizantes inorgânicos, a irrigação, o 
controle químico de pragas e as variedades especializadas de plantas. A relação com os agrotóxicos é 
particularmente forte; vastos cultivos da mesma planta são mais suscetíveis a ataques devastadores 
de pragas específicas e requerem proteção química.

4.1.3 - Aplicação de fertilizantes sintéticos

Os aumentos espetaculares de produção nas últimas décadas devem-se, em grande parte, ao 

uso difundido e intensivo de fertilizantes químicos sintéticos. Nos Estados Unidos, a quantidade de 
fertilizante aplicada a cada ano nas lavouras aumentou rapidamente após a Segunda Guerra Mundial, 
de 9 milhões de toneladas, em 1940, para mais de 47 milhões de toneladas, em 1980. Mundialmente, 
o uso de fertilizante, aumentou dez vezes entre 1950 e 1992.

Produzidos em grandes quantidades, a um custo relativamente baixo, a partir de combustíveis 

fósseis e da extração de depósitos minerais, os fertilizantes podem ser aplicados fácil e uniformemente 
nas culturas, fornecendo amplas quantidades dos nutrientes mais essenciais às plantas. Por 
satisfazerem as necessidades de nutrientes das plantas em curto prazo, os fertilizantes permitiram 
que os agricultores ignorassem a fertilidade do solo a longo prazo,bem como os processos pelos 
quais ela é mantida.

Os componentes minerais dos adubos sintéticos são, no entanto, facilmente lixiviados do solo. Em 

sistemas irrigados, o problema da lixiviação pode ser particularmente agudo; uma grande quantidade 
de fertilizantes aplicados às lavouras, na verdade, terminam em córregos, lagos e rios, causando 
eutrofização. Também pode ser lixiviado para a água subterrânea, usada para beber, provocando 
danos significativos à saúde. Além disso, o custo dos fertilizantes é uma variável sobre a qual os 
agricultores não têm controle, uma vez que acompanha os aumentos do custo do petróleo.

4.1.4 - Irrigação

O fornecimento adequado de água é o fator limitante para a produção de alimentos em muitas 

partes do mundo. Assim, ter água a partir de lençóis subterrâneos, reservatórios e rios desviados 
tem sido chave para aumentar o rendimento geral e a quantidade de terra que pode ser cultivada. 
Embora somente 16% da terra cultivável seja irrigada, ela produz 40% do alimento em nível mundial. 
Infelizmente, a agricultura é um usuário tão pródigo de água que, em muitas arcas onde há irrigação 
para fins agrícolas, tem efeito significativo na hidrografia regional. Um problema é que a água 
subterrânea com frequentemente é bombeada mais rapidamente do que renovada pela chuva. Esse 
gasto excessivo pode causar rebaixamento da terra e, se próximo à costa, levará intrusão de água 
salgada. Ademais, gastar excessivamente a água subterrânea é, em essência, o mesmo que pegar 
emprestada a água do futuro. Quando a água é bombeada de rios para irrigação, a agricultura, 
freqüentemente, está competindo com as áreas urbanas e com a vida selvagem que dela depende. 
Onde foram construídas represas para formar reservatórios, geralmente há efeitos dramáticos 
na ecologia dos rios, a jusante. A irrigação também tem um outro tipo de impacto: aumenta a 
possibilidade de lixiviação de fertilizantes das lavouras para dentro dos córregos e rios locais e pode 
aumentar acentuadamente a taxa de erosão no do solo.