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Um Pouco De História
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fornecerão os insumos e, ainda, controlarão a compra da produção. Por isso, esse modelo tem sido
chamado de “ALTERNATIVA CONSERVADORA”. Só que o agricultor sabe que, a continuar assim, os
poucos que sobraram na roça, ainda vão acabar se indo também...
Existe alternativa?
A alternativa ainda não está pronta. Mas, uma coisa é certa: não podemos deixar que os outros
venham nos trazer a saída; nós é que temos que criá-la. Muitos agricultores já iniciaram esse processo
e trouxeram pesquisadores, técnicos e outros agentes para ajudar a construir um novo modelo. E esse
novo modelo está sendo chamado de MODELO AGROECOLÓGICO.
2.2 - Histórico da Agroecologia
A Agroecologia é uma nova abordagem da agricultura que integra diversos aspectos agronômicos,
ecológicos e socioeconômicos, na avaliação dos efeitos das técnicas agrícolas sobre a produção de
alimentos e na sociedade como um todo.
Agroecologia representa um conjunto de técnicas e conceitos que surgiu em meados dos anos 90
e visa à produção de alimentos mais saudáveis e naturais, tendo como princípio básico o uso racional
dos recursos naturais.
A evolução para essa forma de produção foi gradual, iniciando-se no fim da 1ª Guerra Mundial,
quando surgiam na Europa as primeiras preocupações com a qualidade dos alimentos consumidos
pela população. Os primeiros movimentos de agricultura nativa surgiram respectivamente na
Inglaterra (Agricultura Orgânica) e na Áustria (Agricultura Biodinâmica). Naquela época, as idéias da
Revolução Industrial influenciavam a agricultura criando modelos baseados na produção em série e
sem diversificação.
Após a 2° Guerra Mundial, a agricultura sofreu um novo incremento, uma vez que o conhecimento
humano avançava nas áreas da química industrial e farmacêutica. Logo depois desta fase, com o
objetivo de reconstruir países destruídos e dar base a um crescente aumento populacional, surgiram os
adubos sintéticos e agrotóxicos seguidos, posteriormente, das sementes geneticamente melhoradas.
A produção cresceu e houve grande euforia em todo o setor agrícola mundial, que passou a ser
conhecido como Revolução Verde. Por outro lado, duvidava-se que esse modelo de desenvolvimento
fosse perdurar, pois ele negava as leis naturais. Neste contexto, surgiram em todas as partes do mundo
movimentos que visavam resgatar os princípios naturais, a exemplo da agricultura natural (Japão),
da agricultura regenerativa (França), da agricultura biológica (Estados Unidos), além das formas de
produção já existentes, como a biodinâmica e a orgânica.
Os vários movimentos tinham princípios semelhantes e passaram a ser conhecidos como agricultura
orgânica. Nos anos 90, este conceito ampliou-se e trouxe uma visão mais integrada e sustentável entre
as áreas de produção e preservação, procurando resgatar o valor social da agricultura e passando a
ser conhecida como Agroecologia.
Em vista da necessidade de produção rápida em grande escala de alimentos, criou-se há muitas
décadas um sistema de produção agrícola baseado na aplicação de agroquímicos, chamado de
agricultura tradicional. Todavia, após a Conferência para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente,
a ECO-92, no Rio de Janeiro, chegou-se a conclusão de que os padrões de produção e atividades
humanas em geral, notadamente a agrícola, teriam que ser modificadas.
Dessa forma, foram criadas e desenvolvidas novas diretrizes às atividades humanas, compiladas na
Agenda 21, com o objetivo de alcançarmos um desenvolvimento duradouro e com menor impacto possível,
que se chamou de desenvolvimento sustentável e que vem norteando todos os campos de atuação.
Assim, os movimentos no sentido da implantação de uma maior qualidade dos produtos agrícolas
cresceram, desenvolvendo-se de forma ímpar. Aparece com mais força então no cenário mundial a
agroecologia, conhecida ainda por agricultura alternativa.
2.3 - Agroecologia no Brasil
O Brasil também está investindo firme neste setor e, segundo dados atuais, o comércio nacional
atingiu, em 1999/2000, cerca de 150 milhões de dólares. Estima-se que a área cultivada organicamente
no país já atinge cerca de 25 mil hectares, perto de 2% da produção total nacional. 70% da produção
nacional vão para a exportação, despontando a soja, laranja, banana, açúcar mascavo e café.